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Postada por: Andrey Vieira dia 23/06/2016
Redução de prazo e verba para campanha 'quebra' gráficas
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A redução das verbas para as campanhas em um momento já complicado para a economia deve trazer perdas ao segmento (Foto: Dourados Agora)


A redução do prazo e das verbas de campanhas eleitorais municipais deste ano vai impactar em cheio nas indústrias gráficas de Mato Grosso do Sul, conforme análise do presidente do Sindigraf/MS (Sindicato das Indústrias Gráficas de Mato Grosso do Sul) e Abigraf/MS (Associação Brasileira da Indústria Gráfica no Estado), Julião Flaves Gaúna. "A redução das verbas para as campanhas em um momento já complicado para a economia deve trazer perdas ao segmento. Nesse cenário é que estamos inseridos e, portanto, prevemos recuo em nosso faturamento. É uma queda expressiva, que deve flutuar entre 30% e 40% neste ano", afirmou.


O motivo é a mudança nas regras dos gastos eleitorais definida pela Resolução nº 23.457/2015 do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que vai limitar os recursos da campanha atual em 70% do que foi utilizado no pleito anterior, em 2012. Além disso, o tempo de campanha também será reduzido de 90 para 45 dias, começando dia 16 de agosto e terminando no dia 29 de setembro. Dentre as práticas proibidas para o período estão a distribuição de camisetas, chaveiros, bonés, canetas e brindes. A vedação vale, ainda, para quaisquer outros bens que possam proporcionar alguma vantagem ao eleitor.


O candidato que extrapolar os limites determinados pelo TSE pode ser obrigado a pagar multa de 100% do valor excedido e, além disso, o político pode ser alvo de representação pelo MP (Ministério Público) por abuso de poder econômico. Conforme Julião Gaúna, tais alterações exigirão mudanças de estratégia para que os candidatos consigam cumprir os cronogramas de divulgação. "Os candidatos que forem disputar pela primeira vez o cargo de prefeito e vereador terão mais dificuldades para serem eleitos e quem trabalha na elaboração de campanhas vai ter que se acostumar com demanda e faturamento menores a partir de agora, pois os candidatos também estão proibidos de utilizar outdoors de qualquer natureza nas campanhas, independentemente, do local ser ou não propriedade privada", reforçou.


Alternativas


Para o presidente do Sindigraf/MS e Abigraf/MS, as mudanças nas regras obrigarão o fomento da inovação entre os políticos e os empresários da indústria gráfica, que terão uma campanha eleitoral de grandes desafios. "Essa será uma campanha eleitoral da criatividade e, por isso, os empresários gráficos terão, primeiro, de disputar o cliente (candidato), principalmente, com as redes sociais por ser um tempo muito curto", lembrou.


Ele acrescenta que a indústria gráfica terá de usar da inventividade para atrair o candidato, que terá de ser convencido sobre as vantagens da impressão em papel dos seus materiais de campanha. "O candidato deverá priorizar materiais sobre os seus feitos públicos e o porquê de estar disputando uma eleição. Além disso, apesar do avanço das mídias sociais, muitos eleitores ainda não têm recursos financeiros para ter um smartphone e, por isso, precisa do material impresso para conhecer melhor em quem vai votar", destacou.


Julião Gaúna analisa que se o candidato apresentar aos eleitores os seus projetos em material impresso terá mais visibilidade e mais tempo de exposição, pois os folhetos acabam passando de pessoa a pessoa. "Com isso, a abrangência do material de trabalho junto à população aumenta. Além disso, o alcance da informação se fixa em vários pontos da cidade, possibilitando ao candidato convencer melhor os seus eleitores"


Fonte: Dourados Agora







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