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Postada por: Jr Lopes dia 11/02/2016
Atraso no kit para exame de dengue chega a cinco meses
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Paciente espera resultado de exame após ter amostras de sangue coletadas na Policlínica Hélio Pellegrino, um dos pólos de atendimento à dengue no Rio (Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo)


O Ministério da Saúde está há cinco meses sem enviar aos estados os kits de sorologia para os exames de detecção de dengue. O Estado do Rio — atualmente em alerta para o risco de surto da doença — é um dos que está sem receber o material. Os kits também não chegaram a São Paulo, que só perde para Goiás entre as unidades da Federação com maior incidência de dengue. Os dois estados mais populosos do país já admitem dificuldades para realizar os exames.


O Ministério da Saúde admitiu que enfrenta, desde o ano passado, dificuldades para comprar o produto. Com isso, reconhece que “houve uma redução na distribuição regular de kits, e que a previsão é que a situação se regularize ainda este mês”. O ministério argumenta, no entanto, que além dos testes sorológicos, existem outros exames laboratoriais capazes de identificar a doença.


NO RIO, RECURSOS PRÓPRIOS


No Estado do Rio, a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde afirmou que, para não haver prejuízo na identificação da doença, alguns destes insumos têm sido adquiridos pela própria Secretaria estadual de Saúde.


Já em São Paulo, o Instituto Adolfo Lutz (IAL) informou ter pedido ao ministério, durante esses últimos cinco meses, cerca de 2,5 mil kits, mas nenhum deles foi entregue até o momento. O instituto vinha usando os kits ainda disponíveis, mas agora não há mais nada nos estoques.


“Até que a situação se normalize, o IAL manterá as amostras armazenadas, nas condições necessárias, para realização da sorologia quando houver disponibilidade de kits”, disse o órgão, em nota. O IAL reclama que as amostras de sangue de pacientes dos 645 municípios paulistas não podem ser analisadas até que a situação se normalize.


843 MORTES EM 2015


No ano ano passado, o Brasil registrou 1,6 milhão de casos suspeitos de dengue, um aumento de 180% na comparação com 2014. De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em meados de janeiro, em 2015 foram confirmadas 843 mortes pela doença ante 473 óbitos do ano anterior, um aumento de 56%. O mês de abril foi considerado o pico de incidência dessas infecções.


Em São Paulo, 733 mil pessoas contraíram a doença em 2015, ante 227 mil em 2014. Goiás foi o estado com o maior proporção de pessoas com dengue: 2,5 mil casos por 100 mil habitantes, seguido de São Paulo (1.655) e Pernambuco (1.107).


No Rio, já no início de janeiro, foram registrados 661 casos suspeitos de dengue em todo o estado. Em 2015, foram quase 70 mil ocorrências, resultando em 22 mortes. O município de Resende, na região Sul Fluminense, teve o maior número desses óbitos: oito. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, o pico da transmissão da dengue ocorre nos meses de março, abril e maio.


Fonte: O Globo







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