A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou nesta segunda-feira (25) o número de mortes nas estradas federais durante o feriado da Semana Santa. Segundo o PRF o número caiu 18% em relação ao feriado de carnaval deste ano. Foram registrados 3.861 acidentes durante o feriado religioso, que resultaram em 175 mortes. No carnaval, 213 pessoas morreram devido a acidentes nas estradas.
O número de feridos, de acordo com a PRF, caiu 7% em relação ao carnaval. Os acidentes registrados na Semana Santa tiveram 2.274 feridos. No carnaval, 2.441 se feriram nas estradas.
O estado que registrou o maior número de mortes foi a Bahia (25). Em Minas Gerais, foram 24. No estados da região Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, aconteceram 14 mortes em cada um deles, de acordo com a PRF.
O número de mortos nas estradas no último feriadão também foi 10% menor se considerada a média diária. No carnaval, 35 pessoas morreram por dia em acidentes nas rodovias brasileiras. Na Semana Santa, foram registradas 31 mortes/dia.
O maior número de feridos foi registrado em Minas Gerais (363), seguido por Santa Catarina (288) e Paraná (271). No Rio Grande do Sul, 219 pessoas se feriram nas estradas e nas estradas de São Paulo esse número chegou a 143.
A operação da PRF na Semana Santa ocorreu durante cinco dias, com início na terça-feira (19) e termino à meia-noite do domingo de Páscoa (24), também priorizou a vigilância em relação aos motoristas embriagados.
Durante o feriado religioso, mais de 28 mil motoristas fizeram o teste do bafômetro. Desse total, 309 foram presos em flagrante e encaminhados a delegacias. Outros 754 foram reprovados no teste por ter ingerido bebidas alcoólicas antes de dirigir.
A PRF informou ainda que a quantidade de motoristas flagrados dirigindo após terem ingerido bebida alcoolica é semelhante ao registrado no carnaval. Durante a Operação Semana Santa, foram feitos quase 20 mil testes por dia e, em média, 52 motoristas embriagados foram flagrados.
De acordo com a Polícia Rodoviária, a comparação foi feita com o feriado do carnaval porque os dois períodos de folga tiveram a mesma duração. A Operação Semana Santa foi a segunda maior da PRF neste ano, perdendo apenas para a mobilização feita no carnaval.
O coordenador-geral de Operações da PRF, Inspetor Giovanni de Mambro, afirmou que a expectativa era por uma redução maior, apesar do aumento na quantidade de veículos circulando nas estradas brasileiras. Segundo ele, o principal motivo na queda no número de mortes nas estradas é a conscientização dos motoristas.
“Percebemos que esse feriado favoreceu um aumento no fluxo de veículos. Tivemos os principais corredores estrangulados, engarrafamentos significativos. A redução talvez [tenha ocorrido] por uma composição de fatores, como campanhas para tentar conscientizar os usuários”, afirmou do Mambro.
O comando da operação fez ainda críticas em relação à falta de infraestrutura do sistema rodoviário brasileiro, que contribui para a insegurança nas estradas. O inspetor Giovanni Di Mambro afirma que falhas de engenharia são fatores que contribuem para a violência nas estradas.
Segundo ele, a frota brasileira de carros aumentou pelo menos 150% nos últimos 15 anos e não foram construídos novos trechos de estradas, apenas foram recuperadas as vias.
“Nossa estrutura de transporte rodoviário é da década de 1980. Rodovia segura não é rodovia sem buraco. É uma rodovia duplicada, sinalizada, com menos curva, viaduto, túnel. Não tem como se colocar toda a culpa no usuário. É uma série de fatores que têm que se analisados”, disse o comandante-geral de Operações da PF.
Ano passado
No ano passado, a Operação da Semana Santa iniciou na meia-noite de quinta-feira (1º) e terminou na meia-noite de domingo (4), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 114 mortes nas estradas federais. Mais de 1,4 mil pessoas ficaram feridas em 2.355 acidentes em três dias de operação.
A Operação da Semana Santa deste ano teve 61 mortes a mais que no ano passado, o que correspondeu a 53,5% de aumento. Mas em 2010 a operação ocorreu durante três dias e em 2011 foram cinco dias.
Fonte: g1