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Postada por: Andrey Vieira dia 07/04/2011
Mortes por dengue caem 64% no primeiro trimestre do ano
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O número de mortes, casos graves e notificações de dengue no Brasil caiu nos três primeiros meses de 2011, em comparação com o mesmo período de 2010.


Balanço preliminar divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Ministério da Saúde mostra que, entre 1º de janeiro e 31 de março deste ano, foram confirmados 95 óbitos pela doença, em todo o país.


No mesmo período do ano passado, foram 261 mortes - indicando queda de 64%.


A maior parte dos óbitos confirmados ocorreu no Nordeste - 32 casos, dos quais 20 foram no Ceará.


Em seguida vêm as regiões Sudeste (27 casos confirmados, sendo 19 no Rio de Janeiro) e Norte (20 mortes por dengue, 12 delas no Amazonas).


O Paraná concentra os dez óbitos confirmados na região Sul e Goiás, as seis mortes por dengue no Centro-Oeste.


Um total de 123 óbitos suspeitos por dengue permanece em investigação.


As formas graves de dengue tiveram redução de 69% no primeiro trimestre de 2011. Foram 2.208, contra 7.064 no mesmo período de 2010.


A região Sudeste concentra 1.260 casos graves confirmados - dos quais 1.064 foram registrados no Rio de Janeiro.


No Norte, foram confirmados 498 casos graves, sendo 407 no Amazonas. O Nordeste confirmou 315 casos graves, dos quais 123 no Ceará.


No Centro Oeste, foram 88 confirmados (35 em Goiás) e, no Sul, 47 - a maioria no Paraná (46).


O total de notificações de dengue clássica no primeiro trimestre de 2011 também foi menor do que o registrado no mesmo período de 2010. Os registros gerais da doença caíram 43% - de 448.701 para 254.734.


Aproximadamente 68% de todos os casos do país (184.646) concentram-se em sete estados: Amazonas (36.841), Rio de Janeiro (31.412), Paraná (27.217), Acre (21.199), São Paulo (19.538), Minas Gerais (18.070) e Ceará (16.659).


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, observa que a redução geral no total de notificações, casos graves e óbitos por dengue não deve representar o fim da mobilização de gestores, profissionais de saúde e da população contra a doença.


"Isso [a redução no primeiro trimestre] não é motivo para baixar a guarda. O mosquito da dengue consegue sobreviver em ambiente seco por mais de 300 dias, quase um ano.


Por isso, cada um tem um pouquinho de responsabilidade. A participação da população é decisiva. Na região Sudeste, por exemplo, 90% dos focos do mosquito estão dentro da casa das pessoas", alerta o ministro Padilha.


É importante destacar que, no momento, todas as regiões apresentam tendência de queda nas notificações.


No Sudeste, a exceção é o município do Rio de Janeiro, ainda com tendência de aumento de casos.


"A transmissão da dengue, em geral, se concentra de janeiro a maio, mas em algumas regiões, principalmente no Nordeste, que tradicionalmente apresenta um maior número de notificações nos próximos meses", adverte o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa.


Sorotipos
Entre janeiro e março deste ano, 3.187 amostras de sangue de pacientes com suspeita de dengue foram submetidas ao exame de isolamento viral - para identificar qual dos quatro tipos de vírus da dengue causou a doença.


Ao todo, 610 (19,1%) deram positivo para a dengue, após análise no Instituto Evandro Chagas - laboratório nacional de referência para a dengue junto à Organização Mundial de Saúde.


Do total de amostras positivas, 73,1% (446) apresentavam o sorotipo DENV-1, predominante no país. O sorotipo DENV-2 estava presente em 12,9% (79) das amostras positivas e o DENV-3, em 1,5% (9).


O sorotipo DENV-4 foi encontrado em 12,4 % (76) das amostras positivas. Este sorotipo, que não circulava no país desde 1982.


No dia 4 de abril, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou uma infecção de dengue tipo 4. O Ministério da Saúde aguarda exame confirmatório do Instituto Evandro Chagas.


Os quatro sorotipos virais da dengue estão presentes no País. Eles são transmitidos da mesma maneira (pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti), produzem a mesma doença, têm sintomas idênticos e requerem os mesmos cuidados e tratamento.


"Não é necessário identificar o sorotipo que está provocando a doença, pois essa informação não muda os procedimentos médicos a serem adotados", informa Jarbas Barbosa.


Para a população, a recomendação é procurar o serviço de saúde mais próximo se surgirem os primeiros sintomas da doença: febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos.


E, fundamental, não tomar remédio por conta própria, pois isso pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico.


O medicamento inadequado pode contribuir para agravar o quadro do paciente, aumentando a chance de morte.


Fonte: AgênciaBrasil







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