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Postada por: Andrey Vieira dia 10/10/2009
Renda dos ricos é 30 vezes superior a dos mais pobres
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Média do mais ricos é de R$ 3 mil, enquanto famílias mais carentes recebem R$ 210 em MS (Foto: Marcelo Victor)


O rendimento das famílias mais ricas em Mato Grosso do Sul é, em média, 30 vezes maior que das mais pobres, conforme pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta sexta-feira.


Entre os 10% mais pobres, a média de rendimento per capita é de R$ 101,39. Ampliando para os 40% mais pobres passa a R$ 210,33. Já entre os 10% mais ricos, a renda per capita é de R$ 3.060,12.


A distorção é grande, mas menor que a média encontrada em âmbito nacional. No País, o rendimento de 10% das famílias mais ricas é 40 vezes maior que das mais pobres.


A pesquisa aponta que as famílias com menor renda têm maior número de pessoas. As que têm renda per capita de até ¼ de salário mínimo, por exemplo, têm em média 4,2 pessoas por domicílio, número que cai progressivamente à medida em que a renda aumenta. As que têm mais de cinco salários mínimos per capita, por exemplo, têm em média 2,5 moradores.


No Jardim Noroeste, por exemplo, numa casa com três peças moram oito pessoas. O casal Vilma da Silva, 33 anos e João Ramão Rodrigues, 37, mantém as contas e o sustento dos oito filhos com uma renda de R$ 900.


Vilma é empregada doméstica e ganha R$ 400 mensais, já Ramão exercia a função de serviços gerais numa conceituada empresa da Capital, mas devido a um acidente de trabalho acabou perdendo parte do osso do joelho e hoje recebe benefício de R$ 500.


O casal mora no Noroeste há oito anos, mas recentemente comprou um lote onde fixou residência permanente. Como R$ 500 são usados para pagar as prestações do terreno, sobram R$ 400 para o sustento da família.


Os filhos, com idade entre 8 e 15 anos, estudam e não podem trabalhar para ajudar os pais. “Comprar tudo não dá, o que pode a gente compra e o que não pode a gente espera para o outro mês”, ressaltou Vilma.


Para ela e o marido, a renda ideal seria de R$ 1,5 mil e daria para a família viver bem. No espaço que conta apenas com um quarto/sala, uma cozinha e um banheiro, “a gente dorme tudo amontoadinho. As crianças reclamam, mas fazer o que”, explicou Vilma.


Pobreza – A pesquisa do IBGE mostrou que em Mato Grosso do Sul dos 733 mil domicílios, 17% são de famílias miseráveis, que sobrevivem com até meio salário mínimo per capita e outras 30,8% eram pobres, com rendimento per capita médio superior a meio salário mínimo, mas de até um salário. São justamente nas famílias mais pobres que está a maioria das crianças pequenas e adolescentes com até 14 anos de idade.


Com renda per capita de mais de um a dois salários mínimos são 27,9% no País e mais de dois a três salários mínimos outros 7,9%. Em 7,2% dos lares a renda média per capita é de três a cinco salários mínimos em 7% acima de cinco salários mínimos. Dos domicílios, quase 70% são próprios, 21,7% cedidos e 7,9% alugados.


Das famílias que se enquadram na faixa mínima de renda, 24% pagam aluguel. Já entre os domicílios cuja renda familiar é superior a dois salários mínimos, 26% são alugados. Apenas 3% dos domicílios no Estado são apartamentos.


A disponibilidade de serviços de saneamento é diretamente proporcional ao poder econômico das famílias, conforme indica a pesquisa do IBGE. Das famílias na faixa de menor renda, só 6,4% são atendidas com serviços de saneamento e entre as mais abastadas esse índice chega a 51%.


A pesquisa traz ainda a razão de dependência, que mostra a proporção de pessoas em idade potencialmente inativa de uma população, em relação a 100 pessoas em idade potencialmente ativa ou disponível para as atividades econômicas. Em Mato Grosso do Sul o índice de dependência é de 48,9%, sendo 39,2% dos jovens e 9,7% dos idosos.


Fonte: Campo Grande News







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