A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (3) que o Brasil não repetirá “nos próximos anos” um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) semelhante ao registrado em 2010. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia cresceu 7,5% no ano passado.
Segundo a presidente, a economia deve avançar entre 4,5% e 5% em 2012 e 2013.
“Acredito que esse número demonstra que o Brasil tem capacidade de crescer a essas taxas e que nos próximos anos não acreditamos que repetiremos esses 7,5%, mas ficaremos numa faixa de 4,5%, 5% tranquilamente”, afirmou Dilma em entrevista após encontro com o primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão.
A presidente também reafirmou o compromisso do governo de controle da inflação. Ela afirmou que uma das armas do governo contra a alta dos preços será o investimento.
“Nós não vamos, de maneira alguma, deixar a inflação ficar fora de controle. Com um olho, nós vamos olhar para essa questão da estabilidade, e, com o outro, olhar a ampliação dos investimentos. Um dos mecanismos principais de combater a inflação é a capacidade de fazer o país crescer”, afirmou.
Para a presidente, o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011 também ajudará a conter a inflação. "Estamos fazendo uma consolidação fiscal porque, para nós, o controle da inflação é uma das questões mais importantes, e é uma conquista que o povo brasileiro, ao longo dos últimos anos, obteve."
Antes de recepcionar Xanana Gusmão, Dilma já tinha feito um breve comentário ao responder a uma pergunta de um jornalista sobre o resultado do PIB. "O pibão foi bão", disse, acentuando o sotaque mineiro.
Tabela do IR
Sem especificar o percentual, a presidente afirmou que o reajuste da tabela do Imposto de Renda está sendo avaliado.
“Está em processo de avaliação dentro do governo", afirmou. Na semana passada, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, disse que uma medida provisória reajustando a tabela do IR em 4,5% seria editada “nos próximos dias”.
Petróleo
Dilma também comentou sobre a crise política na Líbia, país onde há uma revolta popular contra o governo do ditador Muammar Kadhafi.
Para a presidente, não existe, por enquanto, preocupação com o abastecimento de petróleo. A Líbia é um dos maiores produtores de petróleo no mundo.
“Acho que não é uma preocupação ainda das maiores porque a capacidade, se eu não me engano, deve estar em torno de 800 mil barris/dia (a produção no Brasil). Não há hipótese de você afetar o conjunto de fornecimento do mundo por conta disso. Agora, é certo que é um petróleo leve, com baixo teor de enxofre. Então, é bastante valorizado”, disse.
Fonte: G1