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Postada por: Jr Lopes dia 21/02/2011
Número de mortos em protestos na Líbia já passa de 230, diz ONG
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Ao menos 233 pessoas já morreram na Líbia desde o início da mobilização popular contra o regime do ditador Muammar Gaddafi, no último dia 17, afirmou nesta segunda-feira organização não-governamental Human Rights Watch (HRW).

Fontes do hospital Al Jalaa, em Benghazi, informaram à organização que 50 pessoas morreram no local neste último domingo. O hospital 7 de outubro, por sua vez, confirmou a morte de outras 10 pessoas, levando a 60 o número de mortos em apenas um dia.


A cidade de Benghazi, a segunda maior da Líbia, localizada 1.000 km ao leste da capital Trípoli, é o epicentro das manifestações que exigem o fim do regime de Kadhafi, que está há mais de quatro décadas no poder.


Pronunciamento


Em pronunciamento na televisão estatal, Saif al-Islam Khadafi disse que "um grupo de pessoas que vive fora tentou fazer com que o país chegasse ao mesmo ponto que o Egito chegou usando a internet e o Facebook".


O filho de Muammar Khadafi disse que o país está em meio ao caos e que parte dos manifestantes faz parte de grupos islâmicos que querem dividir o país. "A Líbia é feita de tribos e não de partidos políticos. Não queremos uma guerra civil."


Ele afirmou ainda que, durante a escalada de violência em Benghazi, "algumas poucas pessoas morreram e a violência contra a polícia aumentou", contrariando os relatos de testemunhas no local. Khadafi disse que o número de mortes não passou de 14 e que a mídia "exagera" a situação.


Segundo o filho do coronel, as mortes aconteceram por causa de um "erro" do exército, que não estava treinado para enfrentar os tumultos, e citou relatos de soldados que teriam sido atacados por pessoas "sob a influência de drogas".


No entanto, Khadafi disse que o país teria reformas e que o regime mudaria "radicalmente" e declarou que o governo "enfrentaria os protestos até que o último homem estivesse de pé".


Controle


Manifestantes teriam assumido o controle da maior parte da cidade de Benghazi, na Líbia, após conflitos com as forças de segurança.


Segundo relatos não confirmados, um dos principais quartéis das forças do governo está nas mãos dos manifestantes, depois que um comandante do exército passou para o lado da oposição.


O correspondente da BBC no Oriente Médio, Jon Leyne, disse que também há relatos de que os protestos e os confrontos entre manifestantes e soldados estariam se espalhando por outras cidades no leste do país. "A maior parte do leste do país parece estar, no momento, nas mãos da oposição", disse Leyne.


Correspondentes da BBC na região dizem que a erupção de protestos em Trípoli é um golpe na tentativa de Khadafi de conter os protestos no leste do país.


Comunicação


Conseguir detalhes concretos sobre os protestos na Líbia vem sendo difícil porque os jornalistas não podem trabalhar livremente no país. Informações sobre a revolta chegam por entrevistas pelo telefone, junto com vídeos e mensagens postados na internet, e também por meio de ativistas da oposição exilados do país.


A norte-americana Arbor Networks relatou mais um corte no serviço de internet da Líbia por volta de meia-noite deste domingo (horário local). A companhia afirma que o tráfego de dados no país, que cessou por volta das 2h da manhã de sábado, foi retomado em níveis mais baixos diversas horas mais tarde, apenas para ser cortado de novo nesta noite. A população afirma ainda que não consegue mais fazer ligações telefônicas de suas linhas fixas.


Fonte: Reuters







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