O Zoológico de Brasília tenta impedir a devolução aos proprietários do Le Cirque de seis animais que foram apreendidos em Mato Grosso do Sul no ano de 2008, após a Justiça reverter a condenação dos donos do circo.

Os proprietários do Le Cirque foram condenados por maus-tratos porque, segundo a denúncia do Ministério Público, o circo não apresentava condições mínimas de segurança, nutrição e saúde para os animais.

No entanto, a 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal reviu a decisão em primeira instância e absolveu os réus.

Para os desembargadores, não há provas suficientes para comprovar os maus-tratos aos animais.

Em agosto de 2008, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) flagrou em São Gabriel do Oeste animais que tinham mandado de busca e apreensão.

Em Mato Grosso do Sul, a Polícia encontrou carretas com elefantes e rinocerontes.

A partir do flagrante feito no Estado, mais animais foram apreendidos.

Ao todo, foram 22 animais foram confiscados pela Justiça.

Os bichos viviam em zoológicos e santuários ecológicos espalhados pelo país.

Em Brasília, estão um rinoceronte, um elefante, um camelo, um hipopótamo e duas lhamas, alvo desta ação. O diretor-presidente do Zoológico da Brasília, José Belarmino da Gama, preparou um relatório para comparar a situação dos animais quando chegaram ao parque e as condições atuais, segundo informações da Agência Brasil.

“Os animais estão sendo muito bem cuidados aqui por técnicos, tratadores e veterinários. Muito diferente da situação em que eles se encontravam. Estavam sujeitos à restrição de movimento, transportes sucessivos. Eram ariscos, o estresse era visível”, disse à Agência.

O dossiê será entregue à Promotoria de Defesa do Meio Ambiente do MP do Distrito Federal e à procuradoria do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para servir de subsídio para um recurso judicial contra a devolução dos bichos.

Segundo Belarmino, o zoológico ainda não foi notificado da decisão judicial. “Vejo com tristeza essa possibilidade de os animais terem que voltar para o circo, as condições são incomparáveis”.

Fonte: CG News