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Postada por: Andrey Vieira dia 14/02/2011
Chuva faz moradores trocarem sono por mutirão em bairro da Capital
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Moradores do Parque dos Laranjais, em Campo Grande, trocaram a noite de sono por trabalho em mutirão para minimizar os estragos provocados da chuva, que caiu forte durante a madrugada desta segunda-feira.


“Acordei com o barulho da água escorrendo por debaixo da porta”, conta o assistente técnico Elenilson Cristaldo de Melo, de 20 anos, que mora na rua Pau D’alho, via sem asfalto.


Quando colocou o pé o chão se deu conta que o quarto estava alagado. “A sorte é que as coisas já estavam meio alto. Só o sofá molhou bastante”. Com a ajuda do vizinho Diego Waldes Arteaga, de 22 anos, ele quebrou o muro da casa vizinha para que a água escorresse. “Não tinha o que fazer na hora. Tive que quebrar. Quando chove a rua vira um rio”, salienta Elenilson.


A enxurrada também alagou parte da dispensa do imóvel. O Corpo de Bombeiros foi ao local e, com uma máquina, fez a drenagem da água. O imóvel fica abaixo do nível da rua, por onde corre a enxurrada.


Além da noite perdida, a sogra e a esposa de Elenilson terão que faltar ao trabalho para limpar a casa. A família, que ainda inclui um bebê de 1 ano, pretende procurar outro endereço. “Vou procurar outro lugar para alugar e mudar de bairro”, afirma Elenilson.


Em outra casa da mesma rua, a balconista Tatiane Santos Adão, de 27 anos, recorreu nesta madrugada à estratégia que adota sempre que as nuvens e os trovões dão prenúncio de chuva forte. “Pego minha filha de dois anos e levo para a casa da minha mãe”.


Em seguida, já com a ajuda da irmã, ela espalha baldes pela parede da cozinha, sala e quarto. “A gente nem dorme quando chove, já sabe que vai molhar”.


O problema na casa de Tatiane é a água que empoça num terreno nos fundos. Sem ter pra onde escoar, a enxurrada força o muro, que, do outro lado, corresponde à parede da casa da balconista.


“Antes, as casas tinham cerca e a água escoava”, conta o motorista aposentado José Albino de Souza, de 66 anos. Morador no local há quatro anos, ele também enfrenta problemas com a água que transforma o terreno em uma lagoa.


Ele conta que há dois anos estava fora de casa durante uma chuva que derrubou o muro. Quando ele chegou a água tinha levado grande parte dos objetos que ficavam do lado de fora, como máquina de lavar e roupas.


Desde então, ele se dedica a reforçar o muro, com outra fundação e colocação de estacas. Do lado sem as proteções, já há rachaduras causadas pela força da água represada.


"Se eu soubesse que ia ser assim eu teria construido um muro de arrimo", diz o morador.


Fonte: CG News







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