O Ministério da Educação quer substituir o consórcio Connasel na organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cancelado na madrugada de anteontem após o Estado ter alertado o MEC de que a prova tinha vazado. Ontem, em reunião do MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) com representantes do consórcio, uma nova denúncia: coordenadores da prova em São Paulo ficariam com as provas em casa até o dia do exame. Irritado, o ministro da Educação, Fernando Haddad, determinou que sua equipe trabalhasse com um plano B.
Entre as alternativas está a de o próprio Inep passar a organizar o sistema, amparado por outras instituições públicas, como Correios e Exército, que participariam da distribuição e segurança das provas. A equipe também busca empresas interessadas em assumir o papel.
A possibilidade de o Inep assumir a organização da prova está prevista no contrato com o consórcio. A cláusula 15 permite que, em determinados casos, o Inep tome o controle "no Estado e local em que se encontrar". A data da prova, no entanto, ainda não está definida. O ministério confirmou que ela deve ocorrer no início de novembro, talvez na primeira quinzena, para evitar coincidência com a data de outros vestibulares. Ontem, o MEC convidou reitores das 55 universidades públicas e das 37 Instituições de Ensino Federais para uma reunião para avaliar o impacto do cancelamento da prova nos processos seletivos.
A presidente do consórcio, Itana Marques Silva, não quis confirmar a nova falha na segurança detectada . Afirmou que o caso está sendo analisado pela polícia e que qualquer informação seria comunicada ao Inep. Ela limitou-se a dizer que, apesar do roubo da prova, não houve falha na segurança. A Consultec, que preside o Connasel, já esteve envolvida em outro caso de suspeita de roubo de prova, durante um vestibular da Universidade da Bahia (Uneb). "Não há relação entre os casos", disse Itana.
Fonte: Estadão