Braga e Coronel Ivan não têm mais clima para ficar no PDT (Foto: Divulgação)

A dois dias do prazo para confirmação de filiação partidária exigida de pretensos candidatos às eleições de 2010, os deputados que pretendem deixar o PDT e PMDB seguem calculando as vantagens de mudar ou não de legenda. No caso do PDT, os parlamentares têm uma desvantagem de, se saírem do partido, perder o 'plus' da legenda, já que historicamente 10% da votação é dada à sigla.

Fazer as contas agora é uma questão estratégica. A decisão de ficar ou sair de um partido pode ser crucial entre perder ou manter o mandato nas eleições do ano que vem. Até quem não pensa em trocar de legenda está fazendo os cálculos.

A maior preocupação é dos novatos, que estão no primeiro mandato – Júnior Mochi, do PMDB, e Professor Rinaldo e Dione Hashioka, do PSDB, por exemplo, sabem que por causa da composição de chapas precisam de votação expressiva para continuar na Assembleia. No caso do deputado Diogo Tita, também do PMDB, ele calcula que será necessário arrebanhar mais de 25 mil votos para se reeleger. Na eleição passada obteve 14 mil votos e ficou como suplente.

Segundo o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Youssif Domingos (PMDB), a discussão partidária faz parte do dia a dia da Casa. Segundo ele, essa discussão não é exclusiva do Executivo, a política partidária faz parte da rotina parlamentar.

Na bancada do PDT, o deputado Antonio Braga diz que a saída de deputados está consolidada, mas não informa qual o destino, O deputado Onevan de Matos disse que a avaliação é demorada porque é preciso fazer acomodações. Qualquer mudança mexe não apenas com o partido de origem, mas também na legenda de destino.

Prejuízos

Os deputados que ensaiam debandada do PDT - Ary Rigo, Antonio Braga, Onevan de Mato e Coronel Ivan teriam - convites para ingressar em diversos partidos. Eles mencionam PSDB, PR, PSB e até o DEM do deputado Zé Teixeira e do vice-governador Murilo Zauith. O problema, no entanto, é o espaço e o retorno que essas legendas poderiam assegurar nas eleições de 2010.

Segundo o ex-conselheiro João Leite Schimidt, que está no comando do partido, de todos os votos computados à legenda, 10% são da sigla. Schimidt lembra que o PDT é uma instituição e tem muitos votos por ser uma sigla cuja história se confunde com a história política do Brasil. “Nenhum dos deputados se elegeu sozinho, todos precisaram dos votos da legenda”, diz.

Em outros partidos, os deputados dificilmente teriam o 'plus' da legenda. Isso dificulta a decisão dos deputados, que também fazem as contas e vêem problemas de acomodação. Ary Rigo, por exemplo poderia se filiar ao PSDB, já que há espaço em seu berço político, Maracaju. Mas vai disputar votos com correligionários de Reinaldo Azambuja, que será candidato a deputado federal.

Já o ingresso no PR do deputado Londres Machado, uma perspectiva que foi analisada por todos os rebeldes, gera problemas em bases de correligionários do presidente do partido. O mesmo acontece com o deputado Antonio Braga, que não teria como retornar ao PMDB porque disputaria em redutos onde atuam campeões de votos.

Nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa o deputado Onevan de Matos disse que ainda não havia nenhuma definição, mas reuniões se sucederam com o deputado Jerson Domingos (PMDB) e o deputado Londres Machado. No plenário, o deputado Zé Teixeira dizia que havia espaço para todos no DEM.

Apesar da situação dos deputados depois da intervenção na legenda ter se tornado insustentável, a nova direção do partido teria acenado para que os rebeldes permaneçam. Mas segue a nítida divisão dos partidários de uma aliança com o PMDB e defensores de alinhamento com o PT. “Vamos decidir até sexta-feira”, insistia Onevan de Matos.

A data é importante, já que será véspera do prazo exigido pela Justiça Eleitoral, de um ano de filiação partidária, para quem pretende concorrer a cargo eletivo em 2010.

Fonte: Edmir Conceição e Ginez Cesar (TV Morena)