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Postada por: Andrey Vieira dia 01/12/2010
Polícia apura aliciamento de crianças em Ponta Porã
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A Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Ponta Porã está investigando um suposto caso de aliciamento de menores envolvendo alunos da uma escola estadual localizada no centro da cidade e um elemento de nacionalidade paraguaio, até agora identificado apenas como ‘Max’.

O trabalho da DAM teve início após receber denúncia baseada numa ocorrência atendida pela Polícia Militar no dia 22 de novembro, por volta das 15h20min. Uma mãe descobriu que a filha estava sendo levada em horário de aula para distintos locais, juntamente com outras crianças do mesmo estabelecimento de ensino.

A dona de casa M.C.L., 39 anos, acompanhada das senhoras N.M.K.H., 21 anos e M.E.S.R., 28 anos e do senhor O.M., 22 anos, procurou a diretora da escola, N.B.V.A., 41 anos, a quem denunciou o suposto aliciamento de seus filhos, nos arredores da escola, por um homem que seria tio do pai de uma das meninas.

Segundo ela, os alunos M.S.B., 12 anos; C.S.R., 13 anos; R.A., 13 anos; P.C.L.A., 14 anos e S.A.V., 13 anos, todos estudantes da instituição educacional, estariam sendo levados freqüentemente pelo indivíduo, que teria se apresentado como ‘tio’ de uma das menores, para uma casa, uma chácara e até motéis de Pedro Juan Caballero (Paraguai).

Ao atender a ocorrência, a PM foi informada que os contatos com as vítimas eram feitos através de mensagens enviadas ao telefone celular de M.S.B., com convites para ‘tomar banho de piscina’ e fazer passeios por shoppings de Pedro Juan e a uma chácara localizada no vizinho país.

Os policiais reuniram os pais e as crianças e encaminharam o caso à Delegacia de Atendimento à Mulher, para as providências. A delegada Sônia Maria de Andrade, da DAM, informou ontem ao Mercosul News que instaurou inquérito e já ouviu os pais e as crianças, que confirmaram estarem ‘matando’ aulas para saírem com o elemento.

A polícia descobriu até agora que oito crianças, inclusive um casal de filhos do suspeito, participavam dos ‘passeios’. O mais grave é que na última ‘saída’, o homem levou todos os alunos para um motel de Pedro Juan Caballero e colocou todos num mesmo quarto.

Meninos e meninas disseram à delegada que no recinto, trocaram beijos, carícias, ‘pularam’ na cama e utilizaram as banheiras de hidromassagem, indício de que tenham feito tudo isso nus. Apesar da pouca idade dos alunos, todos não tiveram problemas para entrar no motel, levados por ‘Max’.

Enquanto as crianças ‘se divertiam’, ainda segundo as denúncias, o adulto teria saído com a menor de 14 anos, com quem teria um ‘caso’. A menor já foi ouvida, mas nega que tenha tido relações sexuais com o ‘tio’ da colega de escola. As investigações apontam um fato preocupante que pode não estar restrito a apenas uma escola.

O atendimento na delegacia foi conturbado, pelo fato de os pais se depararem com uma situação que jamais sonhariam. Mães desmaiaram ao saber que seus ‘bebês’ na verdade não eram mais virgens, mesmo com a pouca idade. Até o Corpo de Bombeiros teve que ser acionado para socorrer mães desesperadas.

A descoberta do caso, que estaria ocorrendo há algum tempo, pode levar a polícia a uma dura realidade em se tratando de crianças da rede pública de ensino de Ponta Porã. De acordo com a delegada Sônia Andrade, praticamente todos os envolvidos residem do lado paraguaio e parte se conhece entre si.

As alunas foram submetidas a exames para verificação de possíveis relações sexuais recentes, à exceção dos meninos, cujos pais não permitiram que fossem examinados pelos médicos. Com a confirmação do ilícito, a DAM parte agora para a identificação do elemento conhecido por ‘Max’ e deve contar com a ajuda da polícia paraguaia.

O acusado pode responder pelos crimes de exploração sexual infantil e/ou corrupção de menores. “Se obtivermos os elementos necessários, poderemos pedir a prisão preventiva do acusado”, disse a delegada. Ela disse que pais e professores devem trocar informações freqüentemente para impedir que fatos desta natureza aconteçam.

“Estas crianças ‘matavam’ aula para acompanhar o adulto, tudo acontecia no período da tarde e foram as faltas constantes de uma das alunas que despertou suspeitas na mãe, que foi à procura da diretora e esta acionou a polícia”, lembra a policial, que tem larga experiência e diz que sempre recebe denúncias anônimas atrás do ‘Disque 100’.


Fonte: MercosulNews







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