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Postada por: Jr Lopes dia 09/11/2010
Crônica de uma cidade
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Paulo Hamilton


As minhas primeiras palavras são dirigidas a todos os moradores de Naviraí  e quero felicitá-los por mais este aniversário. Naviraí é um dos mais novos municípios do nosso Estado e um dos mais prósperos no agronegócio, com destaques para a pecuária, um comércio forte, além de destaques na educação, cultura e nos esportes.


Costumo dizer que Naviraí não é mais aquela cidadezinha do interior como ainda ouve-se dizer. Hoje ela está bem desenvolvida, formosa e com ares de mulher faceira, com suas 653 ruas e 27 avenidas.


É prazeroso ver seus prédios, suas mansões arrojadas, sua Praça (futuramente teremos mais duas), seu Balneário, futura área de lazer das famílias Naviraienses, sua juventude frequentando os cursos superiores aqui instalados, seus órgãos públicos municipais, estaduais e federais, sua comarca de 2ª entrância, com as varas cível e criminal, seus meios de comunicação, suas agências bancárias, seu comércio forte e suas indústrias de porte, seus políticos e seus espaços, suas associações filantrópicas e assistenciais, suas escolas municipais, estaduais e particulares, seus veículos motorizados de um lado para o outro, sua Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima, suas inúmeras Igrejas Evangélicas, sua proteção ao meio ambiente.


A cultura vem se destacando em ritmo bastante elogiável. Temos grandes artistas que levam as artes plásticas, a música, a poesia e a cultura geral para além de nossas fronteiras. Não temos como citar a todos, que correríamos o imperdoável perigo da omissão.


Certa vez, alguém me perguntou: Por que Navirai? Eu respondi: porque é  a minha terra. Se todos cantam a sua terra em prosa e verso, porque eu não posso elogiar a minha, já dizia o poeta.


Aqui cheguei há 40 anos atrás. Lembram-se os moradores da época que Navirai daqueles  tempos era servida de água de poço e luz de lampião. Como evoluíste. 


A primeira vez que tive contato com esta terra foi em maio de 1969, num Jeep ano 1958, quando vínhamos a cada quinze dias pagar os compromissos das empresas da qual éramos funcionário, pertencentes a um empresário curitibano senhor Afonso Sguissardi, proprietário de 3 grandes madeireiras  estabelecidas nas barrancas dos Rios Amambaí e Paraná, localizadas no Porto Caburay, Porto Santo Antonio e Porto Maracai, respectivamente.


Seu comércio à época, limitava-se à Avenida Weimar Gonçalves Torres, nome dado em homenagem ao ilustre Dr. Weimar Gonçalves Torres, Deputado Estadual, poeta, jornalista fundador do Jornal O Progresso, de Dourados, de circulação até hoje, falecido num desastre aéreo na cidade de Londrina (PR), autor do projeto de lei criando o município de Naviraí, e a Rua Alagoas, durante muitos anos conhecida popularmente como “Rua dos Bêbados”.


Há  uma explicação para essa rua ter durante muitos anos essa designação, qual seja, a de que, naquele tempo era muito grande o número de trabalhadores rurais nas fazendas em sistema de parceiras entre os proprietários rurais e os meeiros e, aos sábados, havia o deslocamento de inúmeras famílias desses locais em caminhões e outros veículos para efetuarem compras na cidade e, muitos dos peões acabavam bebendo demais e não retornavam, pernoitando naquela rua, onde existiam muitos bares e ela foi palco não somente de trânsito de bêbados como também, infelizmente, de constantes brigas dentre eles e até mesmo muitas mortes.


O reconhecimento como Rua Alagoas, só veio muitos anos depois, quando os comerciantes daquele logradouro foram modificando o seu aspecto, com os bares ali existentes dando lugar ao estabelecimento de lojas, supermercados, clínicas médicas, farmácias e outros até chegar à Rua Alagoas conhecida  hoje como um dos “focos” comerciais de nossa cidade.


Outra transformação importante que se pode observar é a Avenida Campo Grande, outrora de poucos estabelecimentos comerciais e hoje uma das mais importantes artérias  de comércio de grande porte e diversificado que a cidade possui.


Naviraí  evoluiu sim, evoluiu. E isso sempre traz conseqüências. Também há vinte anos atrás não tínhamos essa violência que temos hoje e outros problemas de uma cidade que cresce. Mas meu amor por você Naviraí, continua o mesmo. Amo-te, respeito-te, faço propaganda de ti, pois é aqui que moro, é aqui que construí minha vida, meu trabalho, meu futuro.


Navirai que acolhe filhos todos os dias, vindo de todos os recantos do país. A ti não importa a procedência.


Parabéns Naviraí! Que seu povo sempre se orgulho de ti, como eu, como nós, pois você tem sim, muito para se orgulhar!


Toda cidade é uma forma de vida coletiva e social, onde emergem os problemas e os desafios. Todos somos responsáveis pelo bom andamento da cidade.


Devemos zelar pelo patrimônio público e natural que a todos pertencem. O respeito pelos vizinhos, o zelo pelas ruas, avenidas e logradouros públicos fazem parte de um povo civilizado.


De vocês, autoridades dos poderes constituídos, se espera o cumprimento do dever e da lei. Lembrem-se, todos nós seremos apresentados diante do Tribunal de Deus, onde nos será pedida a prestação de contas de nossas administrações.


Lidar com o público exige de nós a ética e atitude moral no trato com o dinheiro público.


Quantas reminiscências.... A Navirai de hoje tem uma naviraiense Miss Mato Grosso do Sul  e colocada dentre as 15 finalistas do concurso Miss Brasil; outra representante da maior torcida de um time de Futebol o Esporte Clube Corinthians e, um título estadual de futebol profissional e o escritório do IBGE local, nos informa que ultrapassamos a nossa co-irmã e vizinha Nova Andradina em número populacional e, faltando ainda algumas residências para aqui serem visitadas por motivos de estarem fechadas, poderemos inclusive ultrapassarmos o município de Aquidauana, o que nos dará o título de 5º município em número populacional do Estado.


Aliado a tudo isso e muito mais, só tenho a dizer:-te:  Parabéns Naviraí pelos seus 47 anos de existência. Prometo-te que, de minha parte, tudo farei para continuar vendo-te bela, empreendedora, trilhando sempre para um futuro promissor. Mas não quero ser egoísta não, pois tenho certeza de que toda a população Naviraiense também tem os mesmos desejos.


Um abraço fraternal.


(**Paulo Hamilton é  professor aposentado em Naviraí e colaborador deste site)


Fonte: Paulo Hamilton







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