Paulo Hamilton
Desculpem-me, mas hoje eu não poderia de deixar esta mensagem à todas as famílias naviraienses.
Se você perdeu um ente querido, não se desespere: tenha a certeza de que ele não morreu.
Apenas mudou de estado e mais cedo ou mais tarde você o irá novamente encontrá-lo.
Não dê a ele, pois, a decepção de querer fugir da luta.
Não pretenda ser superior a Deus: acredite o que Deus determinou em sua sabedoria.
Saudade... palavra que não tem tradução...
Há dias atrás, escutei a Banda Rosa de Saron, uma canção que veio como uma flecha em meu coração.
Veio traduzir o que há tempo estava tentando traduzir: a saudade. As palavras não conseguem chegar até onde esse sentimento existe e persiste.
Que bom descobrir que a verdade da saudade é o amor. Tudo é passageiro, só o amor é perene e verdadeiro.
Saudade... quem não tem? “Só quem morreu e se esqueceu de deitar”, dizia um poeta contemporâneo.
Dia de Finados, porque não dizer, dia da saudade... onde pessoas lembram-se de seus entes queridos, choram...! As lágrimas... elas têm a pretensão de traduzir o que a razão humana não sabe dizer (ou escrever) sobre saudade.
Saudade... um impulso que nos confere desejo de ressuscitar quem já morreu; mas também uma força que nos faz valorizar a presença de quem está ao nosso lado.
Se pudesse traduzir, a saudade para mim significaria uma pessoa muito querida, minha mãe. Pois percebo que sinto, o paradoxo entre o amor e a dor, da presença e da ausência, do júbilo e do luto, da lembrança e da proximidade.
A saudade não tem tradução. A música também diz no refrão: muitos choram mas não desistem de viver. São os que têm saudades.
O Dia de Finados é comemorado no dia 02 de novembro de cada ano. Nós não chamaríamos de “vivos e redivivos”, visto que estamos aqui nesta vida terrena cumprindo uma missão destinada por Deus.
Mas, afinal, o que é morrer? O que tem de real importância em viver? “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” (Fernando Pessoa).
Se, depois que eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples.
Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte.
“Entre uma coisa e outra todos os dias são meus” , do mesmo poeta Fernando Pessoa.
SAUDADES SIM, TRISTEZAS NÃO! , como nos diz o estimado Padre Marcelo Rossi.
Um abraço fraternal a todos.
(**Paulo Hamilton é professor aposentado em Naviraí e colaborador deste site)
Fonte: Paulo Hamilton