Deitada em uma maca no pronto socorro da Santa Casa, Lílian Daiane Franco da Silva, 22 anos, diz não se lembrar do acidente digno de história de pescador, ocorrido na manhã de hoje em Campo Grande.

Ela sobreviveu depois de ser atropelada por dois carros. O último passou por cima da jovem, que ficou prensada embaixo de do veículo.

Consciente, ela escapou com uma fratura no braço direito, algumas escoriações e uma queimadura no pulso provocada pelo escapamento da moto que pilotava.

Lílian, com semblante de dor, só consegue falar poucas palavras. Ela conta que uma das poucas coisas que se lembra é de um dos socorristas dizer a ela que foi sorte a viatura estar passando perto do local do acidente quando foi acionada. Caso contrário, ela ficaria mais tempo no local.

“O capacete voou da minha cabeça? Nem sei”, diz Lílian, “sinto muita dor no peito”.

O pedreiro João Manoel Melo da Silva, 46 anos, pai de Lílian, a acompanhava. Apesar dos ferimentos ele respirava aliviado depois da manhã tensa que viveu ao lado da filha. “Deus colocou a mão em cima dela mesmo”.

Ele conta que a filha fez um curso de técnico administrativo, mas como não conseguiu trabalho, ajudava ele nas obras, lixando e pintando paredes. Hoje ele foi mais cedo para o local e começou a ficar preocupado com a demora de Lílian.

Em seguida ele recebeu a ligação “nem sei de quem”, avisando do acidente. Imediatamente, diz que foi ao local. “A primeira coisa que vi foi só a perna dela debaixo da roda do carro. Eu desesperei. Queria até levantar o carro”, conta Silva.

Ele foi contido por um dos bombeiros da equipe que resgatou Lílian. O pai relata que um macaco teve de ser usado por moradores da região para levantar o veículo e amenizar o peso do carro.

O acidente – Na esquina da Avenida das Bandeiras com a Ceres existe um açougue. Segundo o pai da vítima, um caminhão estacionado no local impedia que a motociclista visse o movimento na via.

”Ela sempre para”, conta o pedreiro. Lilian teria se arriscado em atravessar a pista, mas vinha um carro que atingiu a moto, fazendo com que a motociclista caísse no chão.

Logo atrás do primeiro carro vinha um Gol conduzido por Adriano Bom de Souza, 37 anos, que disse não ter conseguido frear.

O Gol parou em cima de Lílian. “Aquele local precisa de um semáforo”, reclama João.

Avaliação médica – De acordo com informações do hospital, Lílian passou por exame de raio-X que revelou a única fratura que a vítima teve foi no braço esquerdo, perto do ombro. Ela deve passar por cirurgia às 13 horas de hoje.

A jovem passou ainda pela avaliação de um neurologista, que descartou lesões provocadas por possíveis pancadas na cabeça.

Fonte: CampoGrandeNews