Medidas preventivas e ações desencadeadas pela Secretaria de Saúde (SES) são realizadas para a diminuição no ciclo de transmissão da leishmaniose visceral em Mato Grosso do Sul. “Em vários municípios do Estado, principalmente nos que registram maiores casos de leishmaniose visceral, implementamos um plano de intensificação, vigilância e controle químico nos principais locais de transmissão da doença”, afirma o gerente de Zoonozes da SES, Paulo Mira.

Neste 1º semestre de 2010, o município de Coxim registrou o 4º caso de leishmaniose humana. Os outros dois casos em Coxim são de crianças menores de cinco anos de idade. Segundo Paulo Mira, na próxima semana a Secretaria de Saúde realiza e intensifica o controle químico nos bairros através de borrifações em toda a cidade e principalmente nos bairros. Além disso, a Secretaria de Saúde, com a Secretaria Municipal de Coxim, realiza um mutirão de limpeza nos quintais e nos terrenos para que haja a diminuição de casos da doença no município.

A Secretaria de Saúde, apoia, orienta e acompanha as ações das 78 secretarias municipais de Saúde de todo o Estado. Além de apoiar e acompanhar, a secretaria também realiza capacitações e ações de prevenção e saúde para os profissionais da área que trabalham direta e indiretamente com a prevenção e o controle da doença e visita aos municípios.

Segundo o gerente de Zoonozes, umas das ações preventivas e normativas da Secretaria de Saúde é a fiscalização em reservatórios caninos como eutanásia de animais sororeagentes. “Intensificamos a fiscalização, principalmente em locais que oferecem riscos de transmissão como reservatórios caninos”, explica o gerente.

Além da fiscalização, a Secretaria de Saúde pontua e realiza regularmente a borrifação química nos principais locais de transmissão da doença. Segundo o gerente, para o combate e medida preventiva contra a transmissão de leishmaniose, as borrifações acontecem principalmente nos municípios onde há maior número de casos de transmissão da doença.

“Os municípios de maior transmissão de leishmaniose viceral são: Três Lagoas, Aquidauana, Anastácio, Brasilândia, Corumbá e Campo Grande”, enumera Paulo. De acordo com ele, o município que registra o maior número de casos de focos de leishmaniose é a capital sul-mato-grossense. Como medida preventiva, a Secretaria de Saúde se reúne com o município (Sesau) e traça metas, acompanha e faz um diagnóstico regular das doenças registradas em Campo Grande.

Sobre este período de baixa umidade relativa do ar, Paulo revela que há uma diminuição no transmissor da doença. “É um ciclo de transmissão que acaba diminuindo os casos de leishmaniose, pois o tempo seco diminui a quantidade do vetor, e consequentemente, diminui a transmissão, proporcionando menor transmissibilidade do mosquito”, conclui Paulo.

Leishmaniose

Causada por parasitas do gênero Leishmania, a doença é infecciosa, mas não é contagiosa. Há dois tipos de leishmaniose: a tegumentar ou cutânea (relacionada à pele e mucosas) e a visceral ou calazar (ataca principalmente os órgãos internos). É transmitida pelo flebótomo ou flebotomíneo, popularmente conhecido como mosquito palha, tatuquira, birigui, cangalinha, asa branca, asa dura ou palhinha.

As fontes de infecção são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico.

Entre os sintomas da leishmaniose visceral, estão: febre irregular, prolongada; anemia; indisposição; palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de peso; inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.

Já para a leishmaniose cutânea, duas a três semanas após a picada do inseto aparece uma pequena elevação da pele avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta.

Fonte: Idest