O deputado estadual Paulo Duarte (PT) usou a tribuna da Assembleia Legislativa hoje para denunciar suposta pressão do governo do Estado contra realização de Encontro Estadual dos Fiscais de Renda que estava marcado para a última semana de agosto, em Corumbá.
Conforme o parlamentar, fiscais teriam sofrido ameaças para não comparecer ao evento. O motivo seria o temor do governo de que o encontro tivesse alguma conotação política que beneficiasse a oposição.

Duarte não apresentou provas materiais da pressão governista que teria levado ao cancelamento do evento, mas afirma ter ouvido de fiscais que o governo ameaçou cortar o ponto de quem comparecesse ao encontro. O deputado exibiu cópia de e-mail que recebeu dos organizadores do evento informando o cancelamento “por motivos alheios à vontade” da categoria.

O deputado que já trabalhou como fiscal de rendas compareceria ao evento. Corumbá, aliás, é sua cidade de origem e uma das principais bases eleitorais. Duarte suspeita que o governo temesse que o encontro fosse usado para benefia-lo eleitoralmente.

Ferrenho opositor ao governo, o petista afirma ainda estar sendo alvo de perseguição por parte do governador André Puccinelli (PMDB). “Ele vai nos municípios, fala mal da minha pessoa e diz para os cidadãos não votarem em mim”, contou na tribuna da Assembleia.

No microfone de apartes, o deputado Amarildo Cruz (PT) se solidarizou com os fiscais de rende e defendeu que a categoria mantenha a programação do evento e rejeite ingerências do Poder Executivo.

Voz do governo

Quem defendeu o governo das acusações de Paulo Duarte foi o deputado estadual Carlos Marun (PMDB). Ele assegura que o governo não interferiu na realização do evento, mesmo porque nunca considerou que o encontro tivesse viés eleitoral, que beneficiasse Duarte ou qualquer candidato da oposição.

“Nunca passou pela nossa cabeça que o evento era eleitoral muito menos que o beneficiasse”, garantiu ao no microfone de apartes. “O governo não tem interesse em pressionar contra eventos em Corumbá, mesmo porque nossa coligação tem larga vantagem [nas intenções de voto] em relação à adversária no município”, completa.

O parlamentar reclamou do fato de Duarte não oferecer provas da pressão do governo confiando apenas em “informações de bastidores”. Marun ainda ironizou a queixa de perseguição eleitoral. “Só faltava o governador sair pedindo votos para o Paulo Duarte”, respondeu à imprensa.

Fonte: Midiamax