Por 3 votos a 2, o Conselho Especial de Justiça condenou o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Leonardo Varanda Coimbra, à aposentadoria (reforma) e dois anos de reclusão em regime aberto. Leonardo foi julgado ontem por um conselho formado por cinco oficiais, na Auditoria Militar de Campo Grande. Aposentado, o oficial deve receber R$ 8.740.

Ele foi condenado por exercício de comércio por oficial e falsidade ideológica.
As denuncias contra Leonardo Coimbra vieram à tona em junho do ano passado.
O escândalo começou com a investigação da Boate Tango, de propriedade do tenente coronel, que funcionava sem licença ambiental. O inquérito foi conduzido pela Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e Proteção ao Turista).

Após a denúncia, o tenente-coronel negou ser o dono da boate, localizada no Jardim dos Estados. Segundo ele, o Tango pertence ao seu pai, Abdias Ferreira Coimbra.

Com a condenação à aposentadoria, Leonardo continua sendo tenente-coronel e terá direito a receber aposentadoria proporcional pelos 19 anos e seis meses na corporação. O salário total de um tenente-coronel chega a R$ 12.800, mas como a aposentadoria será proporcional ao tempo de trabalho, ele deve receber R$ 8.740.

“Com os descontos de imposto de renda, previdência e fundo de saúde, o salário deve ficar em R$ 6.500”, explica o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Ociel Orti. A aposentadoria é paga pelo MS Prev.

De acordo com o comandante, após a notificação oficial, o processo de aposentadoria deve ser concluído em 30 dias. Os valores foram calculados por meio de projeção.

Na reserva, Leonardo Coimbra poderá, inclusive, ter comércio em seu nome, pois a prática só é proibida aos militares da ativa. Para o militar que está trabalhando, só é permitido ser professor.

“Acho que foi feito justiça. A condenação partiu de uma junta de oficiais nosso. É justo que ele seja punido. Para a instituição, é salutar. Essa situação prejudicou a imagem junto à população e ele não vai mais pertencer à corporação”, avalia o comandante do Corpo de Bombeiros.

Na época da denúncia, Leonardo Coimbra era cedido para o gabinete do deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), mas não era visto no trabalho. A cedência já foi revogada pelo Governo do Estado.

Defesa – Valdir Custódio, advogado do tenente-coronel, afirma que vai recorrer da decisão na próxima semana. “O juiz ainda não lavrou a sentença, assim que for publicada, vou recorrer”. A defesa não concorda com a punição dada pelo conselho e ainda lembra que o placar foi apertado: 3 a 2.

Fonte: CampoGrandeNews