O Dia Mundial da Alimentação é celebrado no dia 16 de outubro e faz uma reflexão sobre a necessidade de uma alimentação saudável, de qualidade e acessível. A população brasileira tem deixado de consumir mais alimentos in natura, para consumir alimentos processados e ultraprocessados e isto tem levado para o aumento da obesidade. No Estado, 69% da população está com excesso de peso e 36% com obesidade.
Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, o elevado aumento da obesidade tem causado um dos maiores problemas de saúde pública no Sistema Único de Saúde. “A elevada prevalência de obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e também está associada à perda de qualidade de vida em razão da má alimentação. Em contrapartida a desnutrição, decorrente da falta de acesso ao alimento e da má alimentação, também tem causado preocupação”. Estima-se que no país, as mortes prematuras por DCNT corresponda a 74% dos óbitos registrados no país.
Segundo estudo do Ministério da Saúde, dos indivíduos atendidos na Atenção Primária a Saúde (APS) no Brasil, 63% apresentaram excesso de peso e 28,5% apresentaram obesidade, em 2019. Isso significa que, cerca de 8 milhões desses adultos apresentaram excesso de peso e 3,6 milhões apresentaram obesidade. Em Mato Grosso do Sul este cenário não é diferente, 69,3% da população está com excesso de peso, sendo que 36,6% já estão com obesidade. Ou seja, de cada 10 pessoas sete está com excesso de peso e três estão com algum grau de obesidade no Estado.
Para o nutricionista Anderson Holsbach, da Gerência Estadual de Alimentação e Nutrição (GEAN), da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a má alimentação impacta diretamente nos problemas relacionados a saúde. “A má alimentação tem maior impacto negativo na saúde das pessoas, quando comparado ao fumo, álcool, poluição e drogas. Por isso nessa data é importante ressaltar programas e políticas que propiciam acesso a uma alimentação saudável, uma vez que as melhorias na alimentação da população poderiam prevenir 1 em cada 5 mortes no mundo”.
O Ministério da Saúde ainda aponta que o custo financeiro da obesidade com hospitalizações e gastos ambulatoriais, em 2011, foi estimado em R$ 488 milhões. Em 2018, esse mesmo custo aumentou 37%, totalizando R$ 669 milhões. Os custos atribuíveis à hipertensão arterial, diabetes e obesidade no Brasil totalizaram R$ 3,45 bilhões em 2018, considerando gastos do SUS com hospitalizações, procedimentos ambulatoriais e medicamentos
“Em 2020, das crianças acompanhadas na Atenção Primária à Saúde (APS) do SUS, em Mato Grosso do Sul, 15,9% dos menores de 5 anos e 31,8% das crianças entre 5 e 9 anos tinham excesso de peso, e dessas, 7,4% e 15,8%, respectivamente, apresentavam obesidade segundo Índice de Massa Corporal (IMC) para idade. Quanto aos adolescentes acompanhados na APS em 2020, 31,9% e 12,0% apresentavam excesso de peso e obesidade, respectivamente 7. Considerando todas as crianças brasileiras menores de 10 anos, estima-se que cerca de 6,4 milhões tenham excesso de peso e 3,1 milhões tenham obesidade. Entre os adolescentes brasileiros, estima-se que cerca de 11 milhões tenham excesso de peso e 4,1 milhões, obesidade”, explica Anderson Holsbach.
Durante o período pandêmico, o governo federal enviou para os 79 municípios de Mato Grosso do Sul, R$ 14 milhões para serem aplicados nos programas de enfrentamento a obesidade. Atualmente, o Estado conta com os seguintes programas: Crescer Saudável, Proteja, Programa Saúde na Escola (PSE) e Academias da Saúde.
Confira as dicas do nutricionista Anderson Holsbach para ter uma alimentação mais saudável:
Faça uso de alimentos in natura (arroz, feijão, carne, legumes, verduras e frutas) ou minimamente processados;
Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias;
Limite o consumo de alimentos processados (alimentos em salmoura, frutas preservadas em açúcar, carnes salgadas ou defumadas, queijos e pães);
Evite o consumo de alimentos ultraprocessados (Bebidas açucaradas, como sucos de caixa e refrigerantes; Salgadinhos; Carnes processadas, como salsicha, bacon e hambúrgueres; Chocolate; Sopas instantâneas; Barras de cereal ou cereal matinal);
Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia;
Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados;
Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias;
Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece;
Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde (SES)