A Prefeitura de Naviraí está desenvolvendo um projeto inédito de ensino/aprendizagem. Numa iniciativa da Gerência Municipal de Educação foram iniciadas aulas de língua Guarani-Kaiowá em escola urbana do município, a alunos indígenas das séries iniciais do ensino fundamental.
A implantação do projeto piloto contempla aproximadamente 100 alunos Guarani e Kaiowá regularmente matriculados na rede municipal de ensino de Naviraí e está sendo coordenado por Izilda Maria da Silva (Educação Especial e Inclusiva) e Luciane Gallo (Projetos Educacionais Indígenas).
A Gerência de Educação formou a equipe de trabalho com participação e colaboração de lideranças indígenas Luciane Gallo (urbana), Valdir Martins e Verônica Veron (rural) do Assentamento Santiago Kue – Kurupi, situado à margem da BR-163, tendo como meta valorizar os estudos culturais e a língua materna e proposta central associar os princípios da educação indígena à educação básica.
“Buscamos construir e, sobretudo, assegurar os princípios fundamentais do processo educativo da comunidade indígena. Por isso, os projetos educacionais indígenas estão sendo pautados na igualdade social, étnico cultural, da especificidade, bilinguismo e na interculturalidade”, justifica Luciane Gallo.
A coordenadora indígena aponta que está acompanhando o desenvolvimento deste projeto onde o cerne da questão é inserir o aluno indígena no contexto escolar, tendo em vista que, em alguns casos os alunos sequer são “reconhecidos” pela própria direção escolar e o menosprezo é acentuado dentro da sala de aula. “Também buscamos esta integração com a família que migrou das aldeias para a cidade em busca de melhores oportunidades de vida e de trabalho”.
A gerente Tatiane Maria Morch (Educação) destaca o projeto bilingue considerando que através deste modelo de educação é possível inserir os alunos indígenas no contexto escolar urbano, respeitando, valorizando e adotando sua base cultural materna. Sendo este o resultado da preocupação com o bem estar da criança indígena que tem por orientação a cultura da língua materna Kaiowá/Guarani e, ao frequentar a unidade escolar urbana, encontra dificuldades de inserção no âmbito social escolar devido à dificuldade de entendimento da língua portuguesa.
“Com certeza este projeto piloto vai contribuir significativamente e decisivamente para um avanço educacional e intercultural, preservando identidade e cultura das crianças indígenas das reservas indígenas vizinhas ao município de Naviraí, fazendo com que o aluno estudante sinta se realmente como parte integrante da sociedade civil”, analisa a gerente Tatiane Maria Morch.
No momento, devido à situação de pandemia da Covid-19, o trabalho de acompanhamento está sendo feito seguindo os protocolos de biossegurança. O desenvolvimento dos alunos inseridos no projeto está sendo feito através do Centro Educacional Tecnológico, com realização de atividades remotas, em horários agendados.
Fonte: Assessoria/ Roney Minella