A senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) foi detida no aeroporto de Roma, por autoridades locais, sendo liberada em seguida, informou o Ministério das Relações Exteriores. Segundo auxiliares do ministro Celso Amorim, todas as providências serão tomadas para esclarecer o caso.
Ao relatar o episódio a assessores no Brasil, a senadora disse que os policiais foram "grosseiros e violentos". Os auxiliares acham que a senadora foi vítima de racismo por ser morena. Patrícia estava viajando com um grupo de amigos e uma delas, Ana Lourdes, espirrou algumas vezes durante o voo, que saiu de Fortaleza, fez conexão em Lisboa e rumou à Italia.
Um homem italiano repreendeu-a com impropérios. Patrícia Saboya reagiu em defesa da amiga. Após o desembarque em Roma, o italiano prestou queixa contra as brasileiras. A partir daí ela foram detidas em uma sala do aeroporto e tiveram as malas revistadas.
Enquanto eles reviravam suas malas, Patrícia reclamou e se identificou como senadora. Chegou a ligar para a embaixada e tentou colocá-la em contato com os policiais. Segundo o Blog do Noblat, neste momento a senadora começou a gritar e dizer que tudo estava acontecendo por causa de preconceitos contra a mulher brasileira. Em meio aos gritos, os policiaisfecharam as malas, devolveram os passaportes e mandaram a senadora e sua amiga embora.
- Ela está uma arara. Foi maltratada, mesmo se identificando como senadora - disse o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores, a quem a senadora também pediu ajuda. - Existe um certo preconceito, não só na Itália, mas também em outros países, como a Espanha - completou o senador.
Patrícia Saboya está licenciada do mandato desde o final de julho, para fazer um tratamento para parar de fumar. Em nota, Azeredo afirmou que ela foi detida sem maiores explicações.
A seguir, a nota da Comissão de Relações Exteriores do Senado, assinada por Azeredo:
"Na qualidade de presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado venho a público protestar contra os maus tratos e constrangimentos impostos pela polícia italiana à senadora Patrícia Saboya, detida sem maiores explicações no aeroporto de Fiumicino, em Roma. Considero esse ato uma prova de desrespeito ao Poder Legislativo e à condução da mulher brasileira e exijo explicações das autoridades competentes do país europeu".
Fonte: O Globo