Nesta segunda-feira (30/11), os eletricitários da Energy, terceirizada da Energisa-MS, entram em greve por tempo indeterminado nos municípios de Naviraí e Ponta Porã. A paralisação das atividades ocorre em razão do descaso da empresa durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2020/2021.
Os trabalhadores se reuniram nesta manhã em frente à sede da Energy, que fica no prolongamento da Avenida Mato Grosso, s/n, em Naviraí, e na BR 463, km 1, em Ponta Porã.
A categoria já havia aprovado um indicativo de greve para o dia 16 de novembro porque a empresa se recusava a atender as reivindicações dos trabalhadores e a debater o acordo. Contudo, antes do início da paralisação, a Energy demonstrou interesse em negociar e apresentou uma proposta.
“No dia anterior ao início da greve, a empresa apresentou avanços no acordo, com uma proposta de produtividade e pagamento retroativo a julho. Realizamos então uma assembleia com a categoria, que indicou a necessidade de inclusão de algumas reivindicações e elaborou uma contraproposta que foi apresentada à Energy”, explica a diretora do Sinergia-MS, Aliceia Araújo.
Com as negociações em andamento, os trabalhadores cancelaram a greve e aguardaram a resposta da empresa sobre a contraproposta, que foi enviada ao sindicato na última terça-feira (24/11). “Como resposta, a Energy trouxe retrocessos em relação à proposta inicial, tirou cláusulas referentes a reivindicações que já haviam sido atendidas e fez alterações que dificultam o recebimento da produtividade. Diante dessa situação, a categoria não teve alternativa e decretou a greve”, explica.
A Energy tem sede em Maceió (AL) e iniciou as atividades no Estado em julho, desde então o sindicato tenta negociar o ACT. Entre as reivindicações da categoria estão o tíquete refeição de R$ 23,50 por dia trabalhado, pagamento de sobreaviso, hora extra, produtividade e hospedagem de viagem, com repasse dos valores retroativos a julho.
“São benefícios que as outras empreiteiras que atuam em Mato Grosso do Sul já pagam aos eletricitários e que esses trabalhadores recebiam quando estavam na outra empresa que atuava nessas regiões. A Energy veio de longe para explorar a mão de obra local e não atende o nosso mercado”, afirma Francisco Ferreira, diretor do Sinergia-MS.
São cerca de 120 trabalhadores que atuam nas cidades da região sul do Estado como Ponta Porã, Aral Moreira, Amambai, Antônio João, Naviraí, Sete Quedas e Paranhos. A empresa presta serviços na área de construção e manutenção de rede elétrica e serviços técnicos comerciais.
Terceirização
Segundo a diretora do Sinergia-MS, Aliceia Araújo, o setor elétrico foi muito pouco afetado pela pandemia e o Grupo Energisa tem recorde de lucratividade, inclusive com bons resultados para a Energisa-MS, que registrou lucro de R$ 245,1 milhões nos últimos 9 meses de 2020.
“Com esses números fica evidente que a terceirização é muito lucrativa para as grandes empresas e devastadora para os trabalhadores, que trabalham apenas para sobreviver e para a sociedade sul mato-grossense que fica refém de uma prestação de serviços de baixa qualidade. Prova disso, são as inúmeras reclamações no Procon”, ressalta a diretora do sindicato. (**Com informações da Assessoria de Comunicação do Sinergia-MS)
Fonte: Assessoria