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Postada por: Jr Lopes dia 13/07/2020
Indústria têxtil da Capital supera crise provocada pela pandemia e retoma 100% da produção
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Foto: Fiems/ divulgação


Com o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em Mato Grosso do Sul, que provocou o fechamento de comércio e atividades não essenciais em vários municípios do Estado, muitas indústrias do segmento do vestuário e têxtil tiveram de frear a produção e os resultados foram demissão de funcionários, concessão de férias coletivas para outros e redução de jornada para os que continuaram trabalhando.

 

No entanto, com o afrouxamento das medidas restritivas, algumas já anunciam a retomada de 100% da produção a partir deste mês de julho. Esse é o caso da Cativa MS Têxtil, indústria têxtil de Campo Grande (MS) que reduziu o número de funcionários e os salários em conformidade com a Medida Provisória 936 do Governo Federal para manter empregos durante a pandemia do novo coronavírus. A gerência da empresa comunicou, na sexta-feira (10/07), que retorna nesta segunda-feira (13/07) com sua capacidade total de produção.

 

Na segunda quinzena de março, quando o surto da Covid-19 no Brasil começou a aumentar e Estados e municípios decretaram a paralisação de diversas atividades, a indústria sofreu um grande baque com a inadimplência da maioria dos clientes e, como única saída diante da redução repentina de receita e redução das vendas, utilizou a MP 936. “Nossas vendas foram praticamente todas suspensas”, relatou o gerente-geral da Cativa MS Têxtil, Israel de Azevedo.

 

Ele acrescenta que algumas empresas que a Cativa MS Têxtil atende já tinham feito solicitação de produtos e, na última hora, disseram que iriam devolver tudo, enquanto outras cancelaram os pedidos que ainda iriam para a produção. “Então, a nossa equipe ficou ociosa. Por isso, tivemos de conceder férias coletivas para todos por 15 dias e, em abril, com MP permitindo redução de salário e jornada, nós conseguimos encontrar uma solução. Reduzimos inicialmente 70% e depois 50% a nossa linha de produção”, recordou.

 

Cortes

Dos 350 trabalhadores, a indústria demitiu 90 funcionários e, com o pedido de desligamento de outros colaboradores, reduziu a equipe para 204 pessoas. “Conseguimos passar por esse período crítico mantendo boa parte do nosso quadro. Poderíamos continuar com a redução de salário e jornada, já que o Governo estendeu os efeitos da MP 936 até o fim do ano, mas, como nossas vendas voltaram a crescer, decidimos que voltaríamos a operar com toda a capacidade”, informou Israel de Azevedo.

 

O gerente-geral da Cativa MS Têxtil completa que, a partir desta segunda-feira (13/07), a indústria passa a produzir 10 mil peças por dia, um aumento de 100% em relação com as 5 mil peças diárias que estavam produzindo durante os últimos três meses. “Ainda estamos com previsão de contratar mais pessoas para retomar a nossa produção de antes do início da pandemia”, revelou.

 

Para isso, a empresa teve de tomar todas as medidas de biossegurança necessárias para garantir a segurança dos colaboradores e um médico do trabalho que integra o quadro de funcionários ajudou na elaboração do plano de biossegurança. Todos antes de entrar no prédio têm a temperatura aferida, é obrigatória a utilização de máscaras de proteção facial, além da colocação de frascos de álcool em gel por toda a fábrica. “Também tivemos alteração no refeitório. As refeições eram servidas no sistema de buffet e agora os pratos já vêm prontos. Além disso, fizemos vários horários de almoço para que haja menos funcionários no refeitório”, detalhou o gerente-geral da Cativa MS Têxtil.

 

Na avaliação do presidente do Sindivest/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação de Mato Grosso do Sul), a notícia é motivo de comemoração. “O segmento da indústria de confecção vem sofrendo com a crise econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus e as indústrias estão precisando se reinventar para conseguirem se manter no mercado. A Cativa MS Têxtil é um bom exemplo de que é possível retomar a produção obedecendo os protocolos de biossegurança”, ressaltou, lembrando que o Sesi conta com uma equipe capaz de auxiliar as indústrias do Estado nesse sentido.


Fonte: Fiems/DICOM







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