Até o dia 17 de junho deste ano Mato Grosso do Sul tinha 295 profissionais da saúde contaminados com o novo coronavírus, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Esse número representa apenas 11,4% do total de funcionários testados no Estado. Ontem, em Dourados, cidade que é o epicentro da Covid-19 no Estado, havia três médicos internados, dois deles na unidade de tratamento intensivo. Todos atuam na linha de frente no combate à doença.
A maioria dos casos confirmados até agora está em Campo Grande, 148 conforme a última atualização. Grande parte eram os profissionais da linha de frente do enfrentamento da doença. Dourados, onde ontem estavam internados na UTI os médicos Gecimar Teixeira Júinios (diretor de Unidade de Pronto Atendimento na cidade), e mais dois médicos que atuam no Hospital da Vida, um deles, também na UTI.
MORTES
Até o momento, dois profissionais da saúde que contraíram a doença no Estado morreram: um dentista de Campo Grande, Patrocínio Magno Portocarrero Naveira, 74 anos, e Malory Melo, 55 anos, de Dourados, que trabalhava na farmácia do posto de Saúde da Vila Rosa.
Ambos não trabalhavam na linha de frente, e o caso deles, não se incluem no total de 295 profissionais de saúde infectados desde o início da pandemia.
Conforme a secretaria estadual de Saúde, 72,2% dos profissionais de saúde que contraíram a Covid-19, a maioria é de mulheres.
DESFALQUE
O temor dos gestores de saúde, é que o período de pelo menos 15 dias em quarentena possa desfalcar a linha de frente no combate ao coronavírus, justamente no período em que o contágio avança em Mato Grosso do Sul. Só ontem foram 379 novos casos no Estado, 129 em Dourados, 84 em Campo Grande, 44 em Paranaíba, 21 em Corumbá e 15 em Três Lagoas.
“Só hoje eu fiquei sabendo de quatro colegas com coronavírus. São principalmente os enfermeiros, que são os primeiros a ter contato com os pacientes”, contou o profissional que pediu para manter o nome em sigilo.
DISSEMINAÇÃO
Os dados da secretaria estadual mostram também que mais da metade dos 295 profissionais de saúde contaminados, 207 foram infectados neste mês. Para o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, esse dado tem relação a maior oferta dos testes, principalmente os testes rápidos, aos profissionais da saúde.
“O Estado está em curva ascendente de casos e tivemos uma maior oferta de testes rápidos para as equipes de saúde e isso pode explicar o aumento. Mas temos que ficar atentos porque aumentou o número de infectados e esses dados mostram uma circulação importante do vírus. Então é importante que os profissionais da saúde usem o EPI (Equipamento de Proteção Individual) porque não podemos perder força de trabalho agora”, salientou o também professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Fonte: Correio do Estado