Mato Grosso do Sul está entre os estados que conseguiram recuperar o nível de atividade econômica pré-crise. Na prática, o Centro-Oeste e o Sul, segundo o índice Itaú para a atividade econômica – que reúne empregos formais, comércio, indústria e agricultura –, foram as duas regiões que atingiram ou superaram o movimento que exibiam em março de 2014.
Foi nesse ponto, segundo o banco, que começou a espiral de decadência do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. De um modo geral, o Brasil ainda não conseguiu recuperar o patamar da economia que registrou no pico de atividade antes do início da crise, há cinco anos. Ao redor do País, porém, o desempenho econômico não foi uniforme.
Para o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, essa condição é resultado, principalmente, da força do agronegócio. Segundo ele, o Estado incorpora novas áreas de terra ao plantio e a carne e a soja integram commodities de grande valor de mercado mundial, com foco no mercado asiático. Ao mesmo tempo, o setor industrial está reagindo à crise, buscando seu espaço no competitivo mercado interno.
“Sem contar que nosso estado está sempre entre os líderes nacionais na geração de empregos e renda. Tudo isso graças a uma política de benefícios fiscais e a adoção de uma política austera do Estado de Mato Grosso do Sul, que está fazendo o dever de casa, muitas vezes, cortando a própria carne para manter a saúde financeira da máquina”, destacou o governador.
Isso, ainda segundo ele, sem contar que o MS hoje é um dos estados com grande segurança jurídica. “Aqui, o investidor pode ter certeza de que o seu investimento será sempre referendado pelas nossas leis. Vamos continuar com visão no futuro. Desta vez, estamos consolidando os portos de exportação de Murtinho. Todos os cenários nos levam a apostar que dentro de pouquíssimo tempo com aquela cidade, que é uma via natural de escoamento pela Hidrovia do Rio Paraguai, mais a Rota Bioceânica, interligando Carmelo Peralta, estaremos completando uma logística de transporte que, se Deus quiser, significará um novo crescimento para o nosso estado”.
No dia 20, em Carmelo Peralta, o governador disse que o “Mato Grosso do Sul vive um momento histórico”, parabenizando a atitude arrojada dos governos do Brasil e do Paraguai, que “uniram os dois países por uma obra emblemática, que também nos torna competitivos namedida em que encurtamos caminhos, em mais de oito mil quilômetros de distância, ao mercado asiático”.
Reinaldo Azambuja frisou também que “atualmente estamos trabalhando forte já para a concretização da UFN3, em Três Lagoas. Tudo isso significa mais empregos, mais qualidade de vida para a nossa população e, claro, mais desenvolvimento. Estamos fazendo o dever de casa para justamente buscar esses resultados positivos que já estão surgindo em âmbito nacional”.
DUAS REGIÕES
De acordo com os estudos, só Centro-Oeste e Sul recuperam o nível de atividade econômica pré-crise. As duas regiões têm sido beneficiadas pelo agronegócio, que depende da demanda externa; já o Sudeste amarga desempenho abaixo da média do País por concentrar boa parte da indústria, o setor que mais sofreu nos últimos cinco anos.
“As commodities, que abastecem o mercado externo, beneficiaram o Sul e o Centro-Oeste, pois a demanda internacional foi mais alta do que a das atividades que dependem do mercado interno”, explica Paula Yamaguti, economista do Itaú Unibanco. Nas demais regiões, Norte e Nordeste tiveram desempenho semelhante à média nacional, enquanto o Sudeste ficou na lanterninha.
“A indústria foi o indicador com a pior performance nesses anos e, como a maior parte da indústria está em São Paulo, isso puxou o resultado para baixo”, disse a economista. Em todo o Brasil, segundo o levantamento do Itaú, a economia está pouco mais de quatro pontos porcentuais abaixo do nível que exibia cinco anos atrás. Entre as regiões (ver mapa acima), a única que, no primeiro trimestre de 2019, superava com folga a atividade de cinco anos atrás foi o Centro-Oeste. Já o Sul ficou no zero a zero no período (no fim de março, estava 0,25 ponto porcentual abaixo do nível de 2014).
O Rio de Janeiro, ao lado de Bahia e Sergipe, está entre as economias mais frágeis. Segundo o índice de atividade do Itaú, o nível da economia nesses estados está mais de 8 pontos porcentuais abaixo do exibido em 2014. O Rio lidera o fechamento de empregos formais no País – de cada 100 postos de trabalho com carteira assinada que o Estado concentrava há cinco anos, 13 foram fechados. Os dados vão até março de 2019 e, portanto, já incluem a recente retomada da indústria fluminense de petróleo.
Fonte: Correio do Estado