Professores de Campo Grande paralisaram as atividades e suspenderam aulas nesta sexta-feira (22/03), para protestar contra a Reforma da Previdência. O ato é nacional. Mais de cinco mil manifestantes, se encontraram na frente da Associação Campo-Grandense de Professores (ACP) e agora se concentra na praça do Rádio Clube Campo.
Os manifestantes vão fazer uma caminhada, descendo pela avenida Afonso Pena, virar na rua Rui Barbosa, ir até Maracaju e terminar a passeata na Afonso Pena, na região central.
Uma das organizadoras do protesto, a vice-presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação (Fetems), Sueli Viegas, disse esperar mais de 15 mil pessoas. “Aqui temos mais de 70% da educação, o restante é de entidades e movimentos centrais”.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB), declarou em entrevista coletiva na manhã de hoje, que o Supremo Tribunal Federal deu aval para cortar o ponto de quem não trabalhar hoje. “O Supremo decidiu essas questões. Pode manifestar, só que aquele que se manifestar, tem resolução e vamos cortar o ponto no vencimento. Regra estabelecida pela instância máxima do judiciário e serve ao setor da educação e a todos os outros também”.
Sueli disse que se cortar o ponto, a categoria não vai precisar repor dias parados. “É bom porque não vamos precisar repor os dias parados e se não descontar, vamos repor”, declarou.
A vice-presidente comentou ainda que a categoria não está preocupada com o desconto do ponto. “Toda vez sofremos ameaças e represálias, mas vamos lutar sim pelos direitos. Não nos importamos com a questão de desconto”.
Lilian Oliveira de 59 anos, é supervisora de escola municipal, e estava entre os manifestantes. Ela declarou não ser contra a reforma em si, mas é contrária a maneira como está sendo colocada. “Não estão observando os direitos das classes trabalhadores, principalmente as professoras mulheres.
Como pode fazer uma previdência, sem estar conversando com a gente, ninguém nos representa”, afirmou.
De acordo com o professor aposentado, Alceu Vanderlei Lancine, 57 anos, as mulheres são as mais prejudicadas. “Uma amiga minha é professora de educação física, como ela vai dar aula até os 62 anos de idade”, questionou.
Os deputados federais Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT), acompanharam a manifestação.
Conforme o pedetista, a população tem força para impedir a Reforma. “Eu não tenho força suficiente para isso, para impedir reforma, mexer no texto, mas o povo tem. Se houver essa mobilização como acontece aqui, essa pressão popular, não tenho dúvida que ela não será votada”.
Loubet se posicionou contra a Reforma da Previdência. “Esse modelo não atende as necessidades dos trabalhadores. Eu proponho uma auditoria na dívida da previdência”.
Fonte: Correio do Estado