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Postada por: Jr Lopes dia 21/09/2018
Ação coordenada em fronteiras de MS será laboratório para todo o País
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Policiais federais durante blitz da operação na região de Ponta Porã (Foto: Divulgação)


Com cerca de 600 homens das forças federais de segurança (Exército e polícias Rodoviária e Federal e Força Nacional), a Operação Fronteira Segura, iniciada na manhã de ontem (20/09) em toda a costa sudoeste de Mato Grosso do Sul é vista pela cúpula nacional de Segurança Pùblica como laboratório da forma como proceder ações do tipo em todo o Brasil.

 

É o que garantiu Luciano Menin, delegado regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal no Estado. "O resultado das ações, após análise, servirão para fundamentar futuras ações do gênero em todo o território nacional", explicou.

 

O Ministério da Segurança Pública pretende utilizar o resultado obtido em Mato Grosso do Sul para pautar ações semelhantes em outras frentes, como as fronteiras de Paraná, Mato Grosso, Rondônia e Acre, além de rodovias federais, aeroportos e portos e até atuações excepcionais, como a intervenção no Rio de Janeiro. Essa última é questionada pelos resultados poucos expressivos.

 

Segundo Menin, o alvo da operação é minar a atuação das facções criminosas que traficam principal drogas e armas pelas fronteiras sul-mato-grossenses com Bolívia e Paraguai por meio de "eventuais medidas repressivas pontuais."

 

Ainda de acordo com o delegado, as ações coordenadas em conjunto são pautadas pelos serviços de inteligência das forças presentes. O objetivo é que a operação tenha dez dias de duração. Todo o efetivo de locomoção será empregado, com helicpópteros, viaturas, barcos e armamento de grosso calibre.

 

HISTÓRICO NEGATIVO

Em agosto deste ano, o Correio do Estado, mostrou que, as cidades de fronteira em Mato Grosso do Sul batem “recorde” negativo, especialmente no que diz respeito à educação, saúde, economia e segurança pública. A informação é baseada em estudo feito  pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) em que as cidades de Bela Vista, Coronel Sapucaia, Corumbá, Mundo Novo, Paranhos, Ponta Porã e Porto Murtinho apresentam números até quatro vezes maiores que a média nacional. 

 

Conforme o estudo, os números de homicídios e mortes por armas de fogo são os mais altos dentro do universo pesquisado. O índice de homicídios de Paranhos, por exemplo, é de 109,7, quase quatro vezes a média nacional, que é de 27,85 mortes para cada cem mil habitantes. O número de mortes por armas de fogo no município é de 58,51, quase três vezes a incidência de 20,31 registrada no País.

 

“Há uma correlação desses números, sendo que os dados de violência indicam que toda uma condição social que teria que vir antes - de educação, de saúde e de crescimento econômico - é falha, gerando esses indicadores preocupantes”, destacou Luciano Stremel Barros, presidente do IDESF.

 

PREJUÍZO

Em outra reportagem publicada no mês passado, o Correio do Estado mostrou que, os crimes de fronteira dão prejuízo de R$ 136 bilhões ao país. 

 

No Mato Grosso do Sul, as ações policiais nas faixas de fronteiras com a Bolívia e Paraguai, apesar do volume crescente de apreensões feitas pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, e mesmo pela Polícia Militar, não têm sido suficientes para conter a entrada de contrabando de cigarros, eletrônicos, confecções e outros itens, e nem da drogas, como a cocaína e a maconha.

 

Segundo informações da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), no período de  de janeiro a julho deste ano foram apreendidas no Estado cerca de 204 toneladas de maconha e pouco mais de uma tonelada de cocaina. Somente o DOF apreendeu 256,7 quilos de cocaína e 31,9 toneladas de maconha.

 

Enquanto isso, dados do Ministério da Segurança Pública indicam que, nos últimos 12 meses, no contexto da Operação Égide, executada pela PRF,   foram apreendidos mais de 9 milhões de pacotes de cigarros vindos do Paraguai. Essas apreensões aconteceram dentro da área encabeçada por Mato Grosso do Sul, com a inclusão do Acre, Mato Grosso, Paraná, Santa Cataria e Rio Grande do Sul.

 

Se somada uma área de menor incidência, formada por Goiás, São Paulo, Minas Gerais e  Rio de Janeiro, o volume sobe para 11,3 milhões de pacotes.


Fonte: Correio do Estado







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