Apontado como um dos jogadores mais versáteis do Brasil e elogiado pelo futebol apresentado nos recentes títulos brasileiros conquistados pelo São Paulo, o volante Richarlyson admitiu, em entrevista à revista Rolling Stone que chega às bancas nesta quarta-feira, que o futebol é um “meio machista” e que sua família teme pelo preconceito do qual é vítima.

A maior torcida organizada do São Paulo, a Independente, é um dos exemplos dessa relação conturbada entre o jogador e alguns setores ligados ao futebol. Antes dos jogos da equipe no Morumbi, parte da facção se recusa a gritar o nome do jogador no momento em que entoa gritos de apoio aos atletas que começam a partida como titulares. Por outro lado, normalmente os torcedores que ficam nas numeradas e cativas do estádio apoiam o atleta e gritam seu nome.

“A maioria dos que falam sobre mim me denigrem. Minha família teme alguma represália grotesca. Minha mãe acha que um cara sem noção pode me agredir a qualquer momento”, afirmou Richarlyson. “Eu sei que o meio onde vivo é machista. Eu sei que após essa minha aparição aqui, por exemplo, vai ter prós e contras. Mas nem Jesus agradou a todos.”

A condição sexual de Richarlyson já virou polêmica até entre dirigentes de um clube rival do São Paulo. O jogador entrou na Justiça contra José Cyrillo Júnior, dirigente do Palmeiras que afirmou publicamente que o jogador do São Paulo era gay. No ano passado, surgiram rumores de que o volante anunciaria sua homossexualidade em uma entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, mas isso jamais se confirmou.

Recentemente, vazou na internet um vídeo de Richarlyson cantando em um karaokê duas músicas do cantor Fábio Jr. “Se outro jogador tivesse cantado, não teria dado repercussão. Eu não sei o que é (que leva as pessoas a o criticarem por isso). Talvez seja porque faço o que quero.”

Fonte: ESPN