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Postada por: Jr Lopes dia 08/06/2017
Cresce participação de mulheres na gestão do agro, aponta pesquisa
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Maior participação das mulheres na gestão de atividades relacionadas ao agronegócio é uma das principais tendências apontadas pela pesquisa (Foto: Divulgação)


Redução da idade média dos produtores e maior participação das mulheres na gestão de atividades relacionadas ao agronegócio. Essas foram as principais tendências observadas pela 7ª Pesquisa Hábitos do Produtor Rural ABMR&A, sigla da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio, sobre o perfil dos gestores do setor na atualidade.


Um dos pontos destacados nesse levantamento está relacionado à inclusão de mulheres no agro e como isso impacta nas decisões e na gestão das atividades no campo.


“A mulher está muito mais presente na gestão das propriedades rurais. Não estamos dizendo que ela está assumindo o comando da produção, mas está em um posto importante e de tomada de decisão do negócio”, explica o presidente da ABMR&A, Jorge Espanha.


Ele compara os dados de agora com a última pesquisa realizada, em 2013, quando a mulher aparecia com 10% nesse quesito e agora está em 31%: “É o retrato da força da mulher em todas as atividades, inclusive no campo”.


Segundo o executivo, o objetivo da pesquisa da instituição, realizada pela FNP Informa, é identificar o perfil dos produtores rurais brasileiros, incluindo seus hábitos de compra, seu envolvimento com as novas tecnologias e as mídias que consultam para informação pessoal e profissional.


“O estudo também faz um raio-x do setor primário no país, destacando os novos agentes influenciadores”, explica.


Foram 2.835 produtores rurais entrevistados, de 15 Estados, 11 culturas agrícolas (algodão, arroz, batata, café, cana-de-açúcar, feijão, laranja, milho, soja, tomate e trigo) e quatro atividades pecuárias (de corte, de leite, avicultura e suinocultura).


JOVENS E IDOSOS
De acordo com a pesquisa, os produtores rurais em torno dos 60 anos de idade permanecem mais nas propriedades.  Por outro lado, a idade média do agricultor caiu de 48 para 46,5 anos. Dos entrevistados nessa faixa etária, 21% deles têm curso superior, sendo 42% em agronomia, 9% em veterinária e 7% em administração de empresas.


“Esse é um dado importante, pois mostra que os mais jovens estão indo trabalhar com os pais nas fazendas”, diz Espanha, acrescentando que não se pode dizer que seja um processo de rejuvenescimento, mas, de acordo com a pesquisa, é possível dizer que tem mais jovens se formando e contribuindo para o sucesso do agronegócio.


Ele acredita que o caminho está aberto para isso: “Os jovens querem desafios e estão vendo no agronegócio uma excelente oportunidade profissional e empresarial. Como o setor produtivo está cada vez mais tecnológico, sustentável e eficiente, esse sinal pode, sim, se tornar uma tendência”, acrescenta.


O presidente da ABMR&A afirma que, além desses dados, a adoção de novas tecnologias no campo tem facilitado a sucessão familiar.


“Este é outro ponto central. Com mais jovens nas propriedades rurais, o processo de sucessão fica mais simplificado. Tudo se resume aos jovens enxergarem no campo uma oportunidade de crescimento. E isso está acontecendo”, observa.


HÁBITOS DO DIA-A-DIA
Conforme, a pesquisa, que também avaliou outros hábitos dos produtores rurais, a televisão aberta perdeu um pequeno espaço na preferência dos produtores rurais, mais ainda é o veículo mais utilizado. Na pesquisa realizada em 2013, 95% deles usavam esse meio para atualização e informação, percentual que caiu para 92% em 2017.


Outros meios de comunicação utilizados pelos produtores rurais são o rádio, com 75%, (7% a mais que a pesquisa anterior, a de 2013); internet, com 42% das referências (crescimento de 7,7% na mesma comparação), jornais, com 30%; TV paga, com 28% das respostas; e revistas, com 27%. Entre 2013 e 2017, os jornais e as revistas perderam 28% e 25% na preferência dos produtores rurais, respectivamente.


Já o Whatsapp, lidera a preferência dos produtores rurais entre as mídias digitais, com 96%, seguido pelo Facebook (67%), YouTube (24%), Messenger (20%), Instagram (8%) e Skype (5%).
 

TECNOLOGIA NO CAMPO
Segundo o presidente da ABMRA, a atividade rural está cada vez mais tecnificada, o que contribui para os desafios de busca da produtividade e eficiência.


“Os produtores também estão mais conscientes da importância da gestão e das técnicas modernas. Tudo isso se reflete no aumento de safra e produção de carnes ano após ano, sem exigir o aumento das áreas.”


Outros resultados da pesquisa também mostraram que tanto os agricultores quanto os produtores de animais valorizam as iniciativas voltadas para a atualização técnica no campo. Entre as preferências dos agricultores estão os dias de campo (54%), as feiras agropecuárias (22%) e as palestras técnicas (16%).


Quanto aos produtores, as prioridades são os dias de campo com 36%, seguidos pelos leilões de bovinos (19%), as feiras pecuárias (18%) e as palestras técnicas (17%).


Nos negócios, os agricultores destacam o uso mais frequente das modernas tecnologias para o aumento da produtividade, como adubação (95%), pulverização (82%) e controle de pragas (80%).


Já os pecuaristas, investem em adubação das pastagens (57%), rotação de pastos (52%), controle de enfermidades (36%) e uso de cerca elétrica (35%). As maiores preocupações dos criadores são a saúde (41%), a nutrição animal (18%), a gestão das propriedades (13%) e a mão de obra (9%).


Fonte: SNA







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