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Postada por: Jr Lopes dia 28/03/2017
Obstetra se recusa atender mulher em trabalho de parto
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Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande-MS (Foto: Reprodução/TV Morena)


Uma médica obstetra de 40 anos da maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande, teria se recusado a atender uma gestante de 25 anos surda que foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros já em trabalho de parto na madrugada de domingo (26/03). Os socorristas tiveram de levar a mulher para a Santa Casa depois de 20 minutos tentando atendimento no primeiro hospital.

 

O direto técnico da maternidade Cândido Mariano Daniel Gonçalves Miranda informou ao G1 que na noite de sábado (25/03) havia um plantonista a menos e que o fato foi comunicado para as centrais de regulação, via fax, para não enviarem pacientes ao hospital.

 

Sobre a suposta recusa da médica, o diretor técnico disse que a profissional estava fazendo um parto no momento em que a paciente chegou e informou aos socorristas a situação e que iria demorar e a decisão da equipe teria sido de não esperar.

 

De acordo com o registro policial, o Corpo de Bombeiros foi chamado pela sogra da gestante de oito meses. Quando a equipe chegou, a mulher estava trancada no banheiro da residência. Como ela é deficiente auditiva, a comunicação ficou mais difícil.

 

Com a ajuda da sogra e informações do cartão pré-natal, foram informados de que tratava da terceira gestação e que a segunda foi de risco. O parto foi natural, mas prematuro – menos de sete meses. A gestante estava sentindo os mesmos sintomas da segunda gestação.

 

Além de perda de dor abdominal, a jovem teve perda sanguínea. A Central de Regulação orientou que a paciente fosse transportada para a maternidade Cândido Mariano, em velocidade reduzida para diminuir impactos causados pelo asfalto precário.

 

Quando chegaram à recepção foram informados de que a equipe médica não receberia a gestante porque só havia duas plantonista. Os socorristas explicaram que a Central de Regulação orientou o deslocamento para a maternidade e que havia sido distante.

 

A recepcionista falou com a médica plantonista, mas o posicionamento continuou o mesmo. Durante a discussão, a gestante pediu para ir ao banheiro, o que foi permitido utilizar o da área da recepção. Nesse momento iniciou uma hemorragia uterina aparente e intensa.

 

Os socorristas tentaram mais uma vez fazer com que a médica avaliasse a gestante e, paralelamente, falaram com a Central de Regulação para explicar o transtorno. Mais uma vez a resposta da equipe da maternidade foi negativa.

 

A Central então pediu para encaminhar a gestante para a Santa Casa. Os socorristas avaliam que tenha sido perdido cerca de 20 minutos na maternidade até a chegada ao segundo hospital. Eles também perguntaram o nome da médica que teria recusado o atendimento.

 

Próximo da entrada dos elevadores, o bebê começou a nascer, sendo observado o momento em que o bebê “coroou”, quando a cabeça do bebê começa a sair. O parto foi finalizado pela equipe médica do hospital.

 

O bebê deve permanecer internado por pelo menos 10 dias, segundo a sogra da gestante informou aos socorristas. O caso foi registrado nesta segunda-feira (27/03) como aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante na forma tentada, na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do bairro Piratininga.


Fonte: TV Morena







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