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Postada por: Jr Lopes dia 18/09/2016
Dois presos na operação Hashtag são soltos em MS
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Dois presos na Operação Hashtag, que investiga um suposto grupo de brasileiros ligados ao Estado Islâmico, foram liberados na manhã de sábado (17) da Penitenciária Federal de Campo Grande.

 

Eles estavam presos desde julho, quando foi levantada a suspeita de envolvimento com o terrorismo. Um terceiro preso, que também seria liberado no sábado, ainda não saiu da penitenciária. Valdir Pereira da Rocha não teve a saída autorizada por causa de uma ordem de prisão expedida pelo Juízo de Vila Bela da Santíssima Trindade (MT).

 

O Ministério da Justiça não deu detalhes sobre o caso, e informou apenas que outras três pessoas devem seriam soltas neste domingo (18) e que todos serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas.

 

Ao todo a Polícia Federal prendeu 15 pessoas na Operação Hashtag, deflagrada às vésperas da Olimpíada do Rio. Na sexta-feira (16) a Justiça determinou que oito deles continuem presos preventivamente. Eles devem permanecer em Mato Grosso do Sul.

 

A denúncia

O Ministério Público Federal (MPF) afirma que os denunciados, por meio de publicações em redes sociais e de troca de materiais e diálogos em grupos de aplicativos, demonstraram intenção de ação terrorista durante os jogos olímpicos do Rio de Janeiro.

 

"As publicações e diálogos apresentaram cunho radical, demonstrando irrestrito apoio e promoção às ações do grupo extremista Estado Islâmico.

 

Imagens de veneração à ideologia do grupo terrorista, vídeos com depoimentos de seus líderes e até mesmo de execuções promovidas pelos membros da organização terrorista contra pessoas consideradas 'infiéis' foram compartilhados na rede mundial de computadores", afirmou o procurador.

 

A denúncia lembra que as autoridades brasileiras receberem um relatório do FBI sobre os envolvidos, expõe imagens de execução de prisioneiros do Estado Islâmico compartilhadas pelos suspeitos e traz trechos das conversas do grupo.

 

Os denunciados, de acordo com a denúncia, chegaram a discutir a possibilidade do grupo se associar a uma facção criminosa para obter financiamento para a "causa".

 

Investigação

A Operação Hashtag, focada no combate ao terrorismo, teve, até o momento, quatro fases. De acordo com Miron, as investigações relacionadas aos demais suspeitos que não foram denunciados nesta sexta-feira continuam.

 

Na primeira etapa, deflagrada em julho, 12 pessoas foram detidas. As prisões eram temporárias, por 30 dias, e foram prorrogadas por igual período.

 

Portanto, vencem em 18 de setembro. Além disso, à época, um menor foi apreendido. De acordo com Miron, ele responde dentro dos padrões estipulados pela lei em caso de envolvimento de criança e adolescente.

 

A segunda fase foi realizada em 11 de agosto, quando foram cumpridos mais dois mandados de prisão temporária. O prazo terminaria na sexta-feira (9), mas as prisões foram prorrogadas e vencem em outubro. No dia 19 de agosto, a PF cumpriu mais um mandado de prisão temporária em Brasília (DF) pela terceira etapa da operação.

 

Na quarta fase, realizada na terça-feira (6), foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e dois mandados de condução coercitiva, quando as pessoas são levadas a depor e liberadas em seguida.

 

As prisões da Hashtag foram as primeiras feitas com base na nova lei antiterrorismo, sancionada em março deste ano. Também foram as primeiras detenções por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua no Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo.

 

Corrupção de menores

O procurador Rafael Miron afirma que em nenhum momento integrantes do grupo tentaram impedir ou evitar a corrupção dos menores.

 

"Pelo contrário: todos os membros estimulavam e apoiavam o discurso de ódio e violência mantido no espaço virtual. Dessa forma, mesmo aqueles que não estimularam diretamente os menores, o fizeram pelo apoio e fomento dado aos atos dos demais membros. Além disso, a concordância de um adulto, por um menor de idade, por si só já é elemento a corroborar a sua decisão de adesão aos atos criminosos planejados".

 

Miron acrescenta que estes são indivíduos em formação e com vulnerabilidade reconhecida pela lei, e por estes motivos, merecem cuidado redobrado por parte do Estado. "Ainda mais considerando-se o nível de crueldade e violência nos atos planejados, estimulados e induzidos pelo grupo".


Fonte: G1-MS







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