Daniele Hypolito, Flávia Saraiva e Alexandre Carvalho na Copa do Mundo de Baku (Foto: Divulgação)

Quando a equipe brasileira feminina de ginástica artística invadir a Arena Olímpica do Rio, em agosto, o torcedor sul-mato-grossense terá um motivo especial para torcer. E não é por Flavinha Saraiva, Daniele Hypolito, Rebeca Andrade ou alguma outra atleta da seleção. Será por um dos comandantes do time nacional. O campo-grandense Alexandre Carvalho, o "Cuia", treina as nossas ginastas em busca de medalhas inéditas na modalidade. O russo Alexander Alexandrov é o treinador-chefe da seleção feminina, e a coordenação fica a cargo de Georgette Vidor.

Cuia, de 38 anos, faz parte da comissão técnica brasileira desde 2013. Ex-ginasta, tem no currículo quatro participações em mundiais. O treinador chega ao Rio com o desafio de levar o país a superar a oitava colocação por equipe em Pequim-2008, o melhor desempenho brasileiro em Olimpíadas. Para isso, o técnico aposta na mescla entre juventude e experiência.

- Essa é uma equipe bem forte, uma das melhores que o Brasil já teve. Temos duas atletas experientes, a Daniele Hypolito e a Jade Barbosa, ambas com vivência olímpica, e as demais formam um grupo jovem, que está indo para a primeira Olimpíada. Nossos principais objetivos são classificar a equipe para a final e buscar algumas finais individuais, como a Flávia Saraiva, na trave. Ela é muito nova, então vamos com calma com ela. O mais importante é fazer a prova e entrar na final. Aí, tudo pode acontecer - comentou, por telefone ao GloboEsporte.com.

Início em Campo Grande

Os anos que Cuia viveu com a família em Campo Grande foram fundamentais para o desenvolvimento da carreira do ginasta. Embora tivesse feito a iniciação ao esporte em Cuiabá, foi na capital sul-mato-grossense que passou a treinar forte e competir em nível nacional. A especialidade de Cuia era o tumbling, disciplina em que o ginasta corre em uma extensa cama elástica e realiza acrobacias seguidas. Ainda em Campo Grande, Cuia começou a dar aulas e a coordenar projetos na modalidade. O treinador da seleção diz que mesmo à distância acompanha o trabalho feito na cidade-natal, e reconhece que a capital é um celeiro de novos talentos.

- Campo Grande sempre teve grandes atletas, desde a minha época como atleta, mas é uma pena que não temos tanta estrutura. A aparelhagem é a mesma desde quando eu treinava. Quando coordenei um projeto na Funesp (Fundação Municipal de Esporte), fizemos um trabalho muito bacana, conseguimos levar equipes a competições nacionais, mas ainda falta incentivo. Acredito que com mais estrutura e investimento em profissionais, quem sabe Campo Grande pode colocar mais atletas na seleção no futuro - diz.

Ginástica no Rio 2016

A seleção brasileira está em treinamento em Curitiba até o dia 30 de julho. As provas de ginástica artística na Olimpíada serão entre os dias 6 e 16 de agosto. A estreia do Brasil será no dia 7 de agosto. Essa será a primeira vez que o país contará com as duas equipes completas de ginástica na maior competição esportiva do mundo.

Fonte: Globo Esporte