Afundada em dívidas, a Oi anunciou nesta segunda-feira (20) pedido de recuperação judicial. A maior operadora de telefonia fixa do país, ao lado da Vivo, tem uma dívida bilionária de R$ 65,4 bilhões – a maior do país. A preocupação do Procon-MS é com a qualidade do serviço oferecido aos consumidores, que em Mato Grosso do Sul somam quase 1 milhão de linhas, entre fixo e móvel.

“O que nos preocupa depois desse pedido anunciado pela empresa é como fica o serviço em relação a qualidade. A empresa foi a primeira no Estado, e tem muitos clientes. A gente espera uma fiscalização por parte da Anatel“, disse a superintendente do Procon/MS (Superintendência de Defesa do Consumidor), Rosimeire da Costa.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informou que decidiu não intervir na condução dos executivos do Grupo, e adota “ações específicas de fiscalização que assegurem a manutenção das condições operacionais das empresas e a proteção dos usuários”. A agência também proibiu as concessionárias de telefonia de se desfazerem de seu patrimônio, e com isso a Oi está impedida de vender qualquer uma de suas propriedades.

De acordo com o Procon-MS, a empresa não tinha feito avanço nos últimos dois anos. “Eles já estavam agindo com certa cautela, não instalando linhas em determinadas regiões, dizendo que não tinha porta. Estavam certos em não aumentar os serviços, porque o importante agora é a qualidade, é manter o que já tem”, explica a superintendente.

Outra preocupação quanto a uma possível falência estaria no mercado de telefonia. “No Estado a Oi e a Vivo são as principais. Em tese não teríamos mais uma concorrência, porque a GVT agora é Vivo. Você teria uma única operadora, assim o princípio do comércio, que é a concorrência, não existiria”, ressalta.