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Postada por: Jr Lopes dia 03/06/2016
PF desvenda esquema que inventava filhos para mortos a troco de pensão
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A Polícia Federal faz operação na manhã de hoje para desmontar esquema criminoso que registrava falsos filhos de homens mortos para receber pagamentos de pensões, do Governo Federal. A quadrilha era chefiada por servidor da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e tinha mais cinco pessoas como integrantes, entre elas advogado. A estimativa é que o grupo tenha faturado milhões de reais em pelo menos três anos de ações. Dois mandados de prisão preventiva são cumpridos em Amambai e Iguatemi, no interior de Mato Grosso do Sul.

 

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Felipe Menezes, índias viúvas eram aliciadas e usadas como peças-chave no esquema. Segundo a autoridade policial, os criminosos utilizavam do artifício da possibilidade de registros de nascimentos serem feitos tardiamente para aplicar os golpes. Ele explica, ainda, que indígenas entram na categoria de segurado especial rural. Por isso, há facilidade no pedido para pensões, visto que não é necessária comprovação de arrecadação.

 

“Procuravam mulheres indígenas que tinham perdido seus maridos e as convenciam do esquema. O servidor da Funai facilitava registros de nascimentos de falsas crianças como se fossem filhas desses homens que já morreram. Com isso, recebiam indevidamente pensões por mortes de um salário mínimo”, contou explicando que caso o bebê não seja registrado no ato do nascimento, o documento pode ser expedido futuramente.

 

Ainda conforme o delegado, como o benefício não prescreve, a quadrilha recebia pagamentos retroativos. “Tentavam receber de supostos filhos de índios que morreram em 2009”, citou. Segundo ele, a estimativa do prejuízo causado aos cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é de milhões de reais. O grupo agia há pelo menos três anos, segundo ele.

 

A organização criminosa contava com apoio de advogado que além de pleitear judicialmente benefícios negados administrativamente, patrocinava pedidos de guardas de menores, tirando o direito dos pais com objetivo de se apropriar de pagamentos. Os demais integrantes agiam no aliciamento e confecção de documentos.  

 

Cerca de 80 policiais se empenham para cumprimento além dos dois mandados de prisão, de 14 de busca e apreensão e 16 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor). A operação leva o nome de ''Uroboros'' em alusão à serpente mítica que é representada engolindo o próprio rabo. Simboliza caráter destrutivo da cobiça e ganância.


Fonte: Correio do Estado







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