Empresários do distrito de Porto Camargo, em Icaraíma, no noroeste do Paraná, começaram 2016 desanimados. Isso porque o nível do Rio Paraná está muito alto e um dos acessos ao distrito está interditado. Sem acesso, os turistas também não aparecem. E sem turistas, a economia local é prejudicada.
O Rio Paraná está cheio, o nível está cerca de três metros acima do normal para essa época. Os pescadores e barqueiros dizem que há muitos anos o nível do rio não subia tanto. A rampa de acesso para os barcos já não pode ser vista. Só é possível ver folhas e galhos de árvores porque os troncos estão debaixo de água. As prainhas, principais atrações turísticas de Porto Camargo, também desapareceram.
Os turistas sumiram. Barcos de passeio estão parados ou vazios. “Os turistas estão escondidos. Quase não há movimento, está bem parado”, diz o barqueiro Jorge Vieira.
Outro problema é que o distrito de Porto Camargo fica na divisa com o Mato Grosso do Sul. Os estados vizinhos são ligados por um complexo de cinco pontes e de lugares construídos para a passagem de animais. No entanto, um dos trechos está interditado é impossível passar com qualquer veículo, o único jeito é atravessar a pé e se arriscar em escadas.
“O jeito é encarar a escada improvisada e torcer para que não aconteça um acidente”, argumenta o construtor César Monteiro Leite.
Com o acesso bloqueado o desvio para carros é realizado por estrada de chão e ainda é necessário pegar uma balsa para atravessar o rio.
Por isso, a rotina de comerciantes e de um hotel de Porto Camargo mudou bastante. No hotel, do total de 27 quartos, apenas dois estão ocupados. Segundo o proprietário, foi o feriado de Ano Novo com menos movimento no local.
“Nós temos uma despesa mensal de R$ 14 mil. Para você ter uma ideia, estamos há três meses trabalhando no vermelho. Além da clientela da região que não aparece, nós ainda temos o problema da ponte. Como o acesso da rodovia para o Mato Grosso do Sul está bloqueado, naturalmente, aqueles hóspedes que recebemos do estado vizinho também não apareceram este ano”, lamenta o dono do hotel, Lúcio Freire.
Não há previsão do início das obras na ponte que liga o Mato Grosso do Sul ao Paraná.
Fonte: G1