Com a alta do dólar, o trigo tornou-se mais um vilão para o segmento da indústria de panificação (Foto: Divulgação)
A alta do dólar já está impactando os consumidores que não dispensam o tradicional pão francês no café da manhã. No acumulado do ano, a moeda americana já subiu 48% e, neste cenário, o trigo tornou-se mais um vilão para o segmento da indústria de panificação, pois, à medida que baixam os estoques dos moinhos, novas sacas já chegam com o preço reajustado e o aumento do custo da matéria-prima encarece toda a cadeia do pão.
Segundo o presidente do Sindepan/MS (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Mato Grosso do Sul), Marcelo Alves Barbosa, em algumas padarias o produto já está 5% mais caro porque as panificadoras já vêm comprando trigo com valores reajustados em decorrência da escalada do preço do dólar frente ao real. “A matéria-prima comprada pelas padarias já tem chegado com um aumento entre 3% a 4%. Entre fevereiro e março já tivemos uma alta e agora em setembro tivemos outro reajuste no preço do trigo, obrigando as indústrias da panificação a repassarem o aumento”, informou.
Marcelo Barbosa explica que algumas padarias já repassaram o custo e outras ainda estão segurando, mas o aumento é inevitável ainda mais se o dólar continuar em alta dia após dia. Atualmente, o preço do pão francês varia de padaria para padaria, mas chega a custar de R$ 9,90 a R$ 12,80 o quilo já com o reajuste de 5% provocado pela alta do trigo.
Ele recorda que, até o início de setembro, mesmo com a alta do dólar, dos insumos e dos impostos, a indústria da panificação e confeitaria de Mato Grosso do Sul estava mantendo o preço do pão francês devido ao bom estoque de trigo por parte dos moinhos que fornecem a farinha para as empresas do segmento. “Agora, com o fim desse estoque, ficou impossível segurar o reajuste”, pontuou.
O presidente do Sindepan/MS acrescenta ainda que outros insumos como óleo, açúcar, fermento e embalagens também ficaram mais caros e as indústrias da panificação, principalmente, aquelas que trabalham com a parte de confeitaria, tiveram de reajustar esses produtos em até 10%.
Fonte: Unicom/Fiems