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Postada por: Jr Lopes dia 31/05/2015
Organizador da Copa da África admite pagamento à Fifa, mas nega propina
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Danny Jordaan foi chefe do comitê organizador da Copa do Mundo de 2010 (Foto: EFE)


Uma das suspeitas de corrupção investigadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos trata do pagamento de US$ 10 milhões (cerca de R$ 31,7 milhões) de representantes da África do Sul a dirigentes da Fifa em troca de votos para sede da Copa do Mundo de 2010. O esquema teria sido encabeçado pelo trinitino Jack Warner, ex-presidente da Concacaf. Neste fim de semana, o chefe do comitê organizador do Mundial africano, Danny Jordaan, admitiu que houve um repasse de dinheiro. Porém, negou que tenha sido propina.


De acordo com o jornal sul-africano "The Sunday Independent", Jordaan, que atualmente é presidente da confederação de futebol do país (Safa) e prefeito da cidade de Port Elizabeth, confirmou que em 2008 foram enviados US$ 10 milhões para a Confederação do Norte, América Central e Associação Caribenha de Futebol (Concacaf), como contribuição da África do Sul em direção a fundo de desenvolvimento do futebol. O que, segundo ele, não tem nenhuma relação com a escolha da sede de 2010. Na época do pagamento, o presidente da Concacaf era justamente Jack Warner.


- Eu jamais paguei propina ou recebi propina de qualquer pessoa na minha vida... Como poderíamos pagar propina por votos quatro anos depois de termos vencido o processo? - se defendeu Jordaan.


Ainda segundo o jornal sul-africano, fontes confirmaram que durante a organização do Mundial, a Safa recebeu apenas US$ 80 milhões dos US$ 100 milhões que deveriam ser repassados pela Fifa para o evento. Foram descontados US$ 10 milhões para a construção da sede da entidade e US$ 10 milhões para o fundo de desenvolvimento da Concacaf. O "Sunday Independent" destaca também que nenhuma outra associação de futebol filiada à Fifa recebeu semelhante injeção de dinheiro em 2008 e um dirigente da Safa teria dito que a Concacaf foi escolhida para o benefício pelo fato de a população da região ser considerada parte da diáspora africana.


O relatório apresentado pela Justiça americana aponta que durante o processo para seleção da sede da Copa de 2010, Jack Warner teria recebido uma oferta de US$ 10 milhões, saída do governo da África do Sul, do comitê sul-africano e do alto escalão da própria Fifa, para que a CFU (União Caribenha de Futebol) votasse no país como sede da Copa. O dinheiro seria dividido entre Warner, Blazer e o “co-conspirador 17”. Os dois últimos receberiam US$ 1 milhão cada.


Vencida a disputa, o governo sul-africano, segundo o relatório, não encontrou meios de enviar o dinheiro prometido. O valor teve que partir da Fifa, de recursos que seriam usados no Mundial, para contas da CFU. O dinheiro partiu em três lotes, saídos de uma conta na Suíça para um banco nos Estados Unidos: US$ 616.000 em 2 de janeiro de 2008, US$ 1.600.000 em 31 de janeiro de 2008 e US$ 7.784.000 em 7 de março de 2008. As contas que receberam o dinheiro eram da Concacaf e da CFU. Era Jack Warner o responsável por elas, via Republic Bank, em Trinidad e Tobago.


Fonte: Globo Esporte







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