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Postada por: Jr Lopes dia 27/01/2010
Avião do hondurenho Manuel Zelaya chega à República Dominicana
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O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, chegou na noite desta quarta (27) a Santo Domingo, na República Dominicana. Ele recebeu hoje, do recém-empossado presidente Porfírio Lobo, seu direito de deixar a embaixada brasileira na capital hondurenha, Tegucigalpa, onde vivia isolado havia mais de quatro meses, e viajar para o exílio.


Conforme relato de fotógrafo da agência France Presse, o avião que levava Zelaya, a mulher dele, Xiomara, e os filhos do casal chegou à base aérea de San Isidro, que fica nos arredores da capital dominicana, à 0h. O presidente dominicano, Leonel Fernández, acompanhou toda a viagem, depois de participar da cerimônia de posse de Lobo. O avião pousou sob um forte esquema de segurança.


Em Tegucigalpa, milhares de seguidores aplaudiram e gritaram ao ver a decolagem do avião de Zelaya. Muitos agitavam bandeiras vermelhas e chapéus de boiadeiro --símbolo de Zelaya nos últimos meses-- nos quais se viam faixas vermelhas com o apelido do hondurenho, "Mel". "Estamos tristes por ele ir embora, mas ele voltará em breve", disse a técnica de laboratório Florita Milla, de 38 anos.


Minutos antes de Zelaya deixar a embaixada do Brasil, a mãe dele, Hortensia Rosales, disse à agência de notícias Efe que o hondurenho estava "muito bem, tranquilo e feliz pelo povo estar lhe dizendo um 'até breve'".


Na base aérea, a mulher dele falou sobre a "alegria de deixar" o confinamento na embaixada brasileira e os 129 dias de "resistência" que ela e o marido passaram no local. Xiomara ainda falou do "sentimento de ver a expressão do povo hondurenho" que "se sacrificou" e os seguiu. "Eles vieram dar um 'adeus' e também um 'até logo' ao presidente Zelaya", disse. "Voltaremos", disse Zelaya em entrevista à rádio Globo pouco antes de chegar ao aeroporto de Toncontín, em Honduras.


Zelaya foi deposto e expulso do país de pijama, na noite anterior a um referendo pelo qual buscava reformar a Constituição e disputar um novo mandato. Ele voltou clandestinamente a Honduras em 21 de setembro, e desde então estava refugiado na embaixada brasileira, sob ameaça de ser preso caso deixasse o local.


Houve vários meses de negociações infrutíferas para que ele voltasse ao poder e o país saísse da crise política, a pior das últimas décadas na América Central.


Na semana passada, um acordo entre Lobo e o governo dominicano abriu caminho para que ele partisse para o exílio, e na terça-feira o Congresso aprovou uma anistia política a Zelaya, o que no entanto não afetou as acusações criminais imputadas a ele. Na terça-feira ele disse que havia aceitado "um convite" do governo dominicano.


Fonte: France Presse







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