No primeiro trimestre deste ano, o setor movimentou US$ 938,9 milhões contra US$ 1,06 bilhão do mesmo período de 2014 (Foto: Divulgação)
A receita com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul apresentou queda de 11,7% no primeiro trimestre deste ano com relação ao mesmo período do ano passado, diminuindo de US$ 1,06 bilhão para US$ 938,9 milhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. A redução nas vendas para o exterior foi motivada pelas quedas por parte dos grupos “Complexo Frigorífico”, “Óleos Vegetais”, “Papel e Celulose” e “Couros e Peles”, que proporcionaram, no comparativo com igual período de 2014, redução das receitas equivalentes a US$ 101,2 milhões, US$ 42,5 milhões, US$ 22,9 milhões e US$ 19 milhões, respectivamente, totalizando uma queda superior a US$ 185 milhões.
Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, quanto à participação relativa do setor industrial sobre tudo o que foi exportado por Mato Grosso do Sul, no acumulado do ano, chegou a 71%. “Com receita equivalente a US$ 216,6 milhões, abril de 2015, registrou o pior resultado para o mês nos últimos três anos da série histórica da exportação de produtos industriais de Mato Grosso do Sul, indicando, até o momento, forte desaceleração das vendas externas de Mato Grosso do Sul em 2015. Para se ter uma ideia, na comparação com o mesmo mês do ano passado a queda é de 35,1%, quando o valor foi de US$ 334 milhões”, pontuou.
Detalhamento
No detalhamento por grupos, o “Complexo Frigorífico” apresenta, no primeiro trimestre deste ano, receita de US$ 279,4 milhões, apontando queda de 26,6% sobre igual período do ano anterior, quando a receita tinha sido de US$ 380,6 milhões. A redução observada se deu, principalmente, por conta da forte diminuição das compras em importantes mercados para as carnes de Mato Grosso do Sul, com maior peso para a Rússia, que sozinha foi responsável por uma redução superior a US$ 85,4 milhões, enquanto na sequência aparecem Hong Kong, Irã e Arábia Saudita com menos US$ 12 milhões, US$ 7,5 milhões e US$ 6,4 milhões, respectivamente.
Já o grupo “Óleos Vegetais” fechou o período de janeiro a abril de 2015 com receita equivalente a US$ 44 milhões, apontando queda de 49,1% sobre o mesmo intervalo de 2014, quando as vendas foram de US$ 86,5 milhões. O desempenho foi fortemente influenciado pela queda de 89,5% nas compras realizadas pela Tailândia e Holanda, sendo que os dois países eram os principais destinos das vendas de Mato Grosso do Sul, com participação equivalente a 81%. Em valores, as aquisições dos dois principais destinos correspondiam a US$ 69,9 milhões, somado a isso também houve a diminuição do preço médio da tonelada dos principais produtos do grupo, que são as farinhas e pellets, da extração do óleo de soja com queda de 21,9% e os bagaços e outros resíduos sólidos, da extração do óleo de soja com redução 17%.
Mais quedas
O grupo “Papel e Celulose” totalizou US$ 341,3 milhões, indicando queda de 6,3% sobre igual período de 2014, quando as vendas foram de US$ 364,3 milhões. A queda verificada teve como principal influencia a diminuição das aquisições nos principais mercados compradores da celulose sul-mato-grossense, com destaque para os Estados Unidos, Coreia do Sul, Holanda e China, que, somados, compraram US$ 24,4 milhões a menos, quando comparado com igual período do ano passado. Por fim, os principais compradores até o momento são: China com 34,2% ou US$ 116,6 milhões, Itália com 23,1% ou US$ 78,9 milhões, Holanda com 12,5% ou US$ 42,5 milhões, Estados Unidos com 7,74% ou US$ 26,4 milhões e Coreia do Sul com 4,8% ou US$ 16,3 milhões.
Quanto ao grupo “Couros e Peles”, a receita de exportação no período de janeiro a abril de 2015 alcançou US$ 48,9 milhões, indicando queda de 28% sobre o mesmo intervalo de 2014, quando as vendas foram de US$ 67,9 milhões. A queda verificada foi influenciada, basicamente, pela redução das compras em importantes mercados como China, Itália, Hong Kong e Tailândia, que, somados, proporcionaram receita inferior em US$ 20,9 milhões. Por fim, os principais compradores até o momento são: China com 34,2% ou US$ 16,7 milhões, Itália com 30,6% ou US$ 14,9 milhões, Vietnã com 11,2% ou US$ 5,5 milhões, Hong Kong com 8,8% ou US$ 4,3 milhões e Estados Unidos com 5,5% ou US$ 2,7 milhões.
Fonte: Daniel Pedra/Fiems