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Postada por: João Guizolfi dia 14/04/2015
Promotora recorre contra liberdade de jovem que matou os dois irmãos
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A Promotora Vera Aparecida Cardoso Bogalho Frost Vieira, titular da 28ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, entrou com um recurso contra a decisão da Justiça que concedeu a liberdade à um jovem, de 18 anos, condenado por matar a tiros os irmãos Rodrigo dos Santos Vilar, 21, e Walquíria dos Santos Vilar, 22, no dia 7 de abril de 2012.



De acordo com a Promotora, o jovem foi solto porque cumpriu o prazo máximo de internação para um adolescente, que é de três anos, de acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), no entanto, como ele ainda não completou 21 anos, ao jovem deveria ser concedida progressão de medida socioeducativa de internação, ou seja, ele deveria ser mantido no regime semiaberto por prazo indeterminado, não podendo ultrapassar três anos, em razão da gravidade dos atos infracionais praticados.


Ainda de acordo com Vera Aparecida, a Defensoria Pública entrou com o pedido de liberação do adolescente da UNEI (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco e concessão de progressão de medida socioeducativa, entretanto, a Juíza liberou o adolescente e extinguiu o feito sem ouvir o Ministério Público Estadual.


Conforme os registros policiais, o jovem estava internado na UNEI desde abril de 2012, já que na época ele tinha apenas 15 anos. A ordem de desinternação foi expedida no dia 9 de abril de 2015, três anos e dois dias depois do crime.


Temor - Os moradores da Rua Arariba, no Bairro Moreninhas II, estão apreensivos com a desinternação do jovem.
Os moradores da rua estão apavorados com a situação e preferiram não se identificar para a reportagem do Campo Grande News, para evitar possíveis retaliações do rapaz.


O agente administrativo e padrinho do rapaz, 50 anos, afirma que o bairro está com medo de que ele apareça novamente na casa onde o crime aconteceu. “Ele é capaz de qualquer coisa”, comentou. Por enquanto, o condenado ainda não apareceu na rua onde morava, mas os moradores já estão com medo. “É de arrepiar”, comentou uma aposentada de 83 anos.


A senhora revelou que conviveu com o menino desde a infância e nunca acreditou que ele seria capaz de cometer o homicídio. “Ele sempre passava aqui soltando pipa. Nunca iria esperar isso dele. Se ele fez isso com o irmão, não consigo mais confiar nele”.


O policial civil e diretor de uma escola da região, Antônio Alves da Silva, 54, não sabe se as informações da soltura do vizinho são reais, mas afirmou que prefere que ele não volte para o bairro. “Ficamos muito sensíveis com a situação. Foi trágico”.


Crime - Em depoimento, o adolescente contou, que no dia do crime, verificou se os pais estavam em casa. Depois, foi ao quarto do irmão, mirou no coração do jovem e fez o disparo.


Walquíria ouviu o tiro e foi ver o que havia acontecido. Ao chegar à porta, recebeu um tiro na nuca. A jovem saiu correndo em direção ao quarto dos pais e, enquanto tentava chamá-los, foi atingida no tórax. Ela morreu no local.
O corpo da jovem foi arrastado até o fundo da residência, onde o adolescente também deixou a arma, dentro de uma churrasqueira.


Em seguida, ele voltou ao quarto do irmão que estava agonizando. Rodrigo pediu ajuda e disse que já estava morrendo. Sem qualquer sentimento de culpa, não o socorreu, fez o furto e fugiu.


O pai, um policial civil aposentado, encontrou os filhos mortos quando voltou para casa.


Fonte: Campo Grande News







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