Os sete novos vereadores da Câmara de Naviraí, empossados no final do ano passado, passaram a exigir a contratação de pessoas ligadas aos compromissos políticos pessoais, principalmente, para “honrar compromissos” de campanha e, com isso, a conta dos gabinetes ‘foi lá em cima’, conforme admitiu o presidente da casa no período de transição, vereador Moacir Aparecido de Andrade (PT do B).

“Analisamos juridicamente estas exigências, e como existem estes cargos [de assessoria parlamentar] no organograma da Câmara de Naviraí, e por outro lado, também, o Regimento Interno permite esta prerrogativa do vereador titular “indicar assessor”, acabamos por declinar e autorizar a Secretaria desta Casa, através do Departamento de Recursos Humanos, a fazer as contratações”, explica o ex-presidente Moacir Andrade.

Os vereadores assumiram mandatos devido ao afastamento dos vereadores titulares, como resultado da Operação Atenas, desencadeada pela PF (Polícia Federal) e o MPE (Ministério Público Estadual), que investigou esquema de corrupção montado pelo ex-presidente, vereador cassado, Cícero dos Santos, o ‘Cicinho do PT’.

Porém, após assumirem as cadeiras no Legislativo, e ao conquistarem a titularidade dos cargos, alguns deles passaram a indicar nomes para que fossem preenchidos os cargos de assessorias que ficaram vagos com a demissão dos antigos assessores e a exigir do então presidente, vereador Moacir Aparecido de Andrade (PT do B), a imediata nomeação de assistentes parlamentares.

Mas foi nas redes sociais que aconteceram os maiores questionamentos, onde a população condenou as contratações. Para esclarecer os fatos, Moacir Andrade apresentou um relatório, onde o vereador Antônio Carlos Klein, por exemplo, indicou um assessor com salário de R$ 1.750. O vereador Jaime Dutra indicou a contratação de mais uma assessora com custo de R$ 1.500. O vereador Luiz Ávila (Junior do PT), teve dois assessores contratados por sua indicação, sendo um de R$ 2 mil e outro de R$ 1.500. Também pediu a contratação e indicou duas assessoras o vereador Deoclécio Ricardo Zeni, cada uma com salários de R$ 1.750.

O vereador Donizete Nogueira teve dois assessores de sua indicação contratados com salários de R$ 2 mil e R$ 1.500, respectivamente, da mesma forma que o vereador Dejalma Marques (Gil do Táxi), que tem dois assessores contratados nos mesmos valores. O vereador Bolacha pediu a contratação de dois assessores, cada um com salários de R$ 1.750.

“Portanto, são 12 assessores nomeados por indicação dos vereadores recém empossados. Estes funcionários de gabinetes estão gerando um custo de R$ 19 mil por mês de recursos da Câmara Municipal, porém, são pagos com impostos recolhidos do povo. Porém, diferente do que alguns vinham entendendo, nenhuma destas contratações foram por interesse da presidência da Câmara, e apenas ocorreram na época em que estivemos à frente do Legislativo para atender as exigências e até algumas “pressões” dos vereadores que tinham este direito, conforme está definido no quadro de servidores da Câmara de Naviraí. Aliás, não cabia a mim indicar estas contratações, mas, sim, ocorreram de acordo com a consciência e interesse dos vereadores que pediram as nomeações”, explicou Moacir Andrade, ao rechaçar os comentários que, feitos através das redes sociais, tentaram lhe “culpar” pelas contratações realizadas.