O PMDB precisará de um entendimento entre deputados se quiser reverter a situação que se encontra no momento na Assembleia. O partido ficou com a presidência da Casa, mas caminha para perder força por conta da disputa entre deputados por cargos nas comissões, principalmente de Constituição e Justiça, a mais importante.

A situação do partido se complicou porque os deputados Maurício Picarelli (PMDB) e Marquinhos Trad (PMDB) não abrem mão da comissão mais importante. O partido tem direito a duas vagas por ter maior número de deputados, mas se confirmada a criação de um bloco de partidos com menos de três representantes na Assembleia, o PMDB perderá uma das vagas e, consequentemente, força.

Os partidos com bancada menor na Assembleia (PDT, PR, PEN, PSB, PTdoB e DEM) têm direito a uma vaga. Mas, se formarem um grupo, com no mínimo oito deputados, terão direito a duas das cinco vagas nas comissões, ficando as outras três para PSDB, PT e PMDB.

Para não perder uma indicação, o PMDB precisaria convencer dois deputados a formar o bloco, o que lhe garantiria a manutenção das duas vagas. Mas, é justamente aí que o problema começa. Para isso acontecer, Marquinhos ou Picarelli teria que abrir mão da vaga.

“É difícil firmar um compromisso com o PMDB porque eles já têm compromisso com as vagas”, justificou o deputado Lídio Lopes (PEN). Ele relatou que os pequenos partidos devem fechar o acordo na terça-feira (10), garantindo maior espaço.

Caso se confirme o bloco, PMDB e PT não terão tanta força contra Reinaldo Azambuja (PSDB). Na atual formação eles poderiam se juntar e marcar um três a dois nas comissões, o que poderia dificultar a vida do tucano. Agora, resta saber quem serão os indicados dos pequenos partidos principalmente na CCJ, responsável por barrar ou deixar tramitar os projetos. Caberá ao PMDB e Azambuja articular para indicar entre os pequenos partidos alguém mais próximo, que garantirá poder.