O presidente do PT, Paulo Duarte, criticou a confusão criada por lideranças do partido após a derrota em Mato Grosso do Sul. Na avaliação do presidente, o final de toda eleição traz o famoso personagem: engenheiro de obra pronta.

“Acaba e já aparecem os engenheiros de obra pronta. Todo mundo tem a solução, mas sempre dentro do resultado. É um equivoco grande querer encontrar o culpado. Temos que entender o recado, ser humilde e mudar. Todos nós precisamos mudar”, avaliou.

Paulo Duarte entende que não é certo ter uma visão simplista de achar que um só é culpado pela derrota e que tudo estava errado. Ele destaca o fato do Mato Grosso do Sul ser o único estado do Centro-Oeste onde o PT tem força, o que deve ser reconhecido.

O presidente do PT ressalta que apesar da derrota pelo governo, o partido conseguiu manter os quatro deputados estaduais e dois deputados federais, sem perdas no legislativo. “Toda vez fazemos uma reunião em busca de entendimento e acaba a reunião e já buscam a imprensa. Precisamos de coragem para mudar”, criticou.

Paulo Duarte defende um diálogo maior com a sociedade e ampliação do Partido. Ele lembra que Luiz Inácio Lula da Silva só chegou ao poder porque conseguiu ampliar. “Temos que manter nossas raízes, mas mudar de comportamento”, concluiu.

A declaração de Paulo Duarte acontece após polêmica envolvendo principais lideranças do partido. O problema começou depois que Delcídio do Amaral (PT) reclamou do partido em reunião do diretório no fim de semana. Ele avaliou que o partido já tinha sido rejeitado pelos eleitores em 2010, quando Vander Loubet (PT) teve apenas 5% dos votos em Campo Grande e que deveria ter reagido.

Vander, por sua vez, rebateu, dizendo que Delcídio também foi responsável por esta derrota, quando errou ao fazer alianças. Já Zeca do PT criticou a escolha do vice, Londres Machado (PR), e a falta de combatividade de Delcídio, que pouco criticava o maior rival do PT em Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB).