Com a alta dos combustíveis, os consumidores em Dourados tem buscado alternativas para reduzir os gastos com gasolina e diesel e também formas de economizar em outras despesas, assim podendo repassar os valores para esse custeio.

No município, após o anúncio da Petrobrás do aumento de 5% do diesel e 3% no preço da gasolina feito na noite de quinta-feira (06), alguns postos já reajustaram os valores, conforme mostrado pelo Dourados News.

Para a universitária Beatriz Santos Lima, a saída tem sido usar menos seu veículo, o que segundo ela, não está sendo muito agradável. “Já achava caro o preço da gasolina, agora então nem se fala. Estou saindo de casa mais quando é necessário mesmo, compromissos que não posso faltar como a faculdade e o estágio. Isso não tem sido muito legal, pois acaba que ficamos mais ‘presos’”, conta.

O produtor rural Celso José Winck conta que a alta do diesel vai influenciar muito no seu orçamento e também no trabalho. A alternativa adotada por ele é cortar um pouco de outros custos para “dar conta” de abastecer e tentar resolver negócios pelo telefone quando possível. “Com essa alta tudo dificulta, tento economizar em algumas coisas como compras no mercado e outras do dia a dia mas sei que esse aumento influenciará diretamente no valor de tudo também. Tenho buscado viajar menos, o que pra mim complica pois trabalho em fazendas na região, mas o que posso resolvo via celular”, relatou.

O empresário Numas Soares relata que também tem freado as despesas. Ele trabalha com uma borracharia e traz produtos de São Paulo para revender e conta que esse aumento faz subir o custo das viagens e deve influenciar no valor dos produtos em sua empresa.

“Com a alta do diesel vou gastar mais com o caminhão para ir buscar as mercadorias, fora o que gasto no dia a dia também com o carro, temos que segurar e não gastar muito em várias outras situações no cotidiano para dar conta,tudo muito caro. Isso vai fazer subir os preços dos produtos que trabalho também, infelizmente é assim”, pontuou.

O AUMENTO

A Petrobras anunciou aumento de 3% no preço da gasolina e de 5% no diesel na sexta-feira (7). A diretoria da estatal vinha pressionando o governo por um reajuste dos preços dos combustíveis.

O último ajuste de preço dos combustíveis foi em 30 de novembro do ano passado, quando a Petrobras anunciou aumento médio de 4% na gasolina e de 8% no diesel, nas refinarias (nas bombas, diretamente para o consumidor, o reajuste podia ser outro).

Na época, especialistas calcularam que a alta da gasolina ao consumidor final seria de cerca de 3%.

Em outubro do ano passado, a Petrobras tinha pedido ao seu Conselho de Administração uma nova política de preços, que previa reajustes automáticos e periódicos de combustíveis, conforme a necessidade de alinhamento com os valores praticados no mercado internacional.

A fórmula desagradou a presidente Dilma Rousseff porque poderia aumentar a inflação e criar um mecanismo indesejável de indexação (aumentos automáticos sempre que uma determinada situação é atingida). A indexação foi um dos problemas para o país controlar a hiperinflação que existia até os anos 1990.

Analistas criticaram a decisão, dizendo que a falta de clareza sobre os critérios mantém incertezas para o mercado, em um momento em que a empresa enfrenta defasagem dos preços domésticos na comparação com os internacionais. (Com informações UOL Economia)