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Postada por: João Guizolfi dia 01/11/2014
Douradenses ganham apenas 63% do rendimento total dos homens
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Mulheres ganham menos, mas são as que mais buscam qualificação (Foto: Adriano Moretto)


Mesmo em ascensão no comparativo dos levantamentos realizados nos últimos 10 anos, as mulheres douradenses continuam a receber salários e ter um total de rendimentos inferior ao dos homens. A informação é da pesquisa de Estatísticas de Gêneros do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgada nesta sexta-feira, 31.


Conforme o levantamento, o percentual do que as mulheres douradenses têm de rendimento é de 63,8% em cima do total que os homens recebem. O índice está abaixo da média estadual, que chega a um percentual de 65,8% e também da média nacional, que chega a 68%. Todos esses números, segundo o próprio IBGE, refletem um cenário longe do ideal e revelam uma desigualdade que se mantém ao longo dos anos.


“Houve melhora no comparativo dos últimos 10 anos e a mulher está cada vez mais se posicionando no mercado. No entanto, ela ainda está atrás muito por influência da questão cultural onde sempre houve um privilégio com a presença do homem no mercado de trabalho e nos mais diversos cargos e ocupações. A diferença está sendo vencida, mas ainda lentamente”, explicou a coordenadora de divulgação do IBGE em Mato Grosso do Sul, Isabel de Paula Costa.


Ainda conforme Isabel, o posicionamento da mulher abaixo do homem no índice de rendimentos não é o fator mais alarmante no Estado e nos municípios. De acordo com a especialista, quase 60% da população de Mato Grosso do Sul recebe até três salários mínimos, a escolaridade média é de ensino fundamental e o rendimento do trabalho das pessoas com 15 anos ou mais está em oitavo lugar no ranking nacional, que já é “catastrófico”.


“O valor médio de rendimento na população do Estado, independente de ser homem ou mulher, é de R$ 1.327,57. Esse valor é reflexo do fato da maior parte da população estar ocupando cargos de baixo rendimento salarial por conta da falta de qualificação. Basicamente, as pessoas não estão investindo na própria capacitação. Na faixa etária de 17 a 24 anos de idade muitos deixam a escola e a faculdade para trabalhar. Pegam empregos de menor condição, ganham menos e têm permanecido assim. Como podemos almejar empregos e rendimentos melhores, tanto para homens quanto para mulheres, sem qualificação?”.


Para mudar, é preciso que além de maior qualificação de homens e mulheres sul-mato-grossenses, haja o contínuo rompimento de barreiras culturais que impedem a chegada ‘delas’ a cargos de maior remuneração. “Isso já acontece quando observamos uma presença maciça de mulheres dentro das universidades e de cursos de especialização. Gradativamente, a presença delas vai se consolidando no mercado com o diferencial de que a mulher busca mais qualificação que o homem, em todas as áreas”, finalizou Isabel.


‘Elas’ possuem mais qualificação e escolaridade


Ainda de acordo com o levantamento feito pelo IBGE que considera os dados do Censo Demográfico de 2010, 15,1% das mulheres brasileiras entre 18 e 24 anos chegam ao nível superior, enquanto a taxa entre os homens nesta mesma faixa etária é de 11,3%.


No que diz respeito a taxa de analfabetismo elas também superam os homens. A taxa de analfabetos em meio a população feminina é de 9,1% e na masculina é de 9,8%.


Em relação a população feminina que está empregada em todo o país, 19,2% possui ensino superior completo, enquanto entre os homens este índice é de 11,5%. Outro índice que revela a superioridade ‘delas’ em escolaridade é a taxa dos que tem mais chances de chegar mais rápido a uma universidade, considerando o abandono escolar precoce.


Já o grupo de jovens de 18 a 24 anos em todo o país que não concluíram o ensino médio e nem estão estudando, 41,1% são homens enquanto o total de mulheres é 9,2% menor, chegando a um índice de 31,9%.


Fonte: Dourados News







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