A febre chikungunya vai chegar a Mato Grosso do Sul, a dúvida é quando os casos começarão a ser notificados, essa é a avaliação do médico infectologista e diretor da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) no Estado, Rivaldo Venâncio. Uma das principais características da doença causada pelo mosquito Aedes Aegypti são as dores intensas nas articulações.
O médico especialista, que está percorrendo o país a pedido do Ministério da Saúde para esclarecer as dúvidas de autoridades sobre a doença, afirma que em razão de o mosquito transmissor existir com abundância em Mato Grosso do Sul, a febre chegará ao Estado.
“Considerando que o transmissor é o mesmo, a probabilidade de chegar é certa, só não sabemos quando vai chegar”, diz.
O que chama a atenção na doença são as dores nas articulações, que já existem no caso da dengue, mas são muito mais frequentes na chikungunya. “As dores nos punhos, dedos e tornozelos são terríves e impedem que a pessoa desenvolva as atividades rotineiras como digitar o celular, lavar louça e dirigir”.
Outra diferença da febre em relação à dengue é o tempo de manifestação dos sintomas. Há três tipos da doença e em um deles as dores podem durar até 1 ano. “Tem a forma aguda, que vai de 1 a 2 semanas, a sub-aguda, que pode durar 3 meses e a forma crônica pode se estender por 1 ano”, revela o especialista.
Assim como acontece com a dengue, não há medicamento que previna ou combata a febre chikungunya, sendo assim, a saída encontrada pelos médicos são os remédios que diminuem a dor.
As velhas orientações já decoradas por muitos sul-mato-grossenses para evitar a proliferação do mosquito da dengue precisam mais do que nunca serem colocadas em prática. Não deixar água acumulada, cuidar das caixas de água e olhar os vasos das plantas são algumas das ações.
O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da SES (Secretaria de Estado de Saúde) para mais detalhes sobre as ações de combate à nova doença, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.
Casos - O número de contaminados pelo vírus da chikungunya já chegou a 79 no Brasil, deste número, sete foram localizados em Estados na divisa com o Mato Grosso do Sul, com isso a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) começou a intensificar a prevenção da doença.
De acordo com o boletim emitido pelo Ministério da Saúde, dos 79 casos registrados no Brasil, até o dia 27 de setembro, 38 foram de pessoas que viajaram para países com a transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.
Os Estados do Paraná, com dois casos, São Paulo, 17, Goiás, um, e o Distrito Federal, com duas notificações, que fazem fronteira com Mato Grosso do Sul já foram infectados pela doença. O Amazonas, Amapá, Maranhão, Pará, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul também receberam notificações da doença.
As outras 41 pessoas com casos confirmados, oito no Amapá e 33 na Bahia, foram infectadas no Brasil e não tiveram registro de viagens para o exterior.
Fonte: Campo Grande News