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Postada por: João Guizolfi dia 23/09/2014
Número de homicídios cresce 24% e Capital já contabiliza 97 mortes
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O número de assassinatos continua crescendo em Campo Grande. Somente no último final de semana, três jovens foram executados e em uma única ação, quatro pessoas acabaram baleadas. Segundo estatísticas da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), entre 1° de janeiro e 21 de setembro deste ano, 97 pessoas foram mortas, o que representa aumento de 24% com o mesmo período do ano passado.


Este mês de setembro, que ainda tem sete dias para acabar, contabiliza nove homicídios dolosos e já supera os meses de fevereiro, com oito, e junho, com cinco, tendo apenas um caso a menos que agosto, que teve dez. Ainda de acordo com a Sejusp, do primeiro ao nono mês de 2010, 2011 e 2012, as taxas foram de 93, 90 e 96 casos, respectivamente.


Na noite de sábado (20), João Paulo de Souza Marques, 22 anos, foi executado com um tiro no tórax. O crime aconteceu no Parque Lageado. Ele chegou a ser socorrido ao posto de Saúde da Coophavilla II, mas morreu. O autor está foragido.


Na noite de domingo (21), Rafael Alessandro Sobral, 19 anos, foi morto pelo ex-companheiro da namorada dele. A vítima foi atacada com golpes de faca, no Aero Rancho. No mesmo horário, um adolescente de 16 anos foi morto a tiros no Bairro Tiradentes. Ele foi encontrado em uma área isolada na esquina das Ruas da Orquestra e da Tuba.


Investigações - O delegado Fábio Anderson Sampaio, da 3ª Delegacia de Polícia da Capital, reconheceu o aumento da criminalidade e disse que este cenário está ligado, principalmente, ao tráfico de drogas. Ele destacou que a elucidação dos homicídios cresce na mesma proporção. “Não posso falar sobre outras áreas, mas no local onde a nossa delegacia atua, temos obtidos bons resultados. No mês passado, por exemplo, foram três assassinatos e uma tentativa, sendo que todos os casos foram solucionados”, explica.


A 3ª DP está na região do Prosa, que compreende entre a as Avenidas Consul Assaf Trad, Ceará e Ministro João Arinos, onde estão localizados importantes bairros como Jardim Noroeste, Carandá Bosque e Maria Aparecida Pedrossian. Sampaio reforça que as ações dos investigadores recebem apoio fundamental da Polícia Militar.


“A palavra é integração. Há uma parceria muito grande entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, por meio da troca de informações e diligências acerca dos crimes. Essa união tem refletido no bom resultado das elucidações”, avalia, lembrando que por meio desta parceria, tem buscado ações para tentar reduzir o número de mortes. “O setor de inteligência faz o possível para identificar e tirar os criminosos das ruas”, completa.


Perfil das vítimas – O delegado da 5ª DP de Campo Grande, Jairo Carlos Mendes, reforça os altos índices de elucidação da Polícia Civil, que fazem do Mato Grosso do Sul uma referência no país, com mais de 70% dos casos resolvidos. Ele afirma também que 90% das vítimas já possuíam algum envolvimento com o mundo do crime.


“A maioria das vítimas de homicídio doloso são pessoas que já participaram de alguma atividade delituosa, principalmente o tráfico de drogas. Elas acabam morrendo em disputa por territórios entre grupos rivais, ou acerto de contas. A pessoa de bem, algumas vezes, acaba sendo vitimada, mas na maioria dos casos é bandido matando bandido”, comenta.


Ele lembra que, dos 97 casos registrados até o momento na Capital, uma quantia significativa ocorreu no ambiente familiar. “Existem casos de violência doméstica, nos quais a prevenção por parte da polícia se torna mais difícil, mas mesmo assim, as elucidações tem ocorrido graças aos esforços dos homens do SIG (Serviço de Investigações Gerais), também com apoio da PM”, avalia.


A 5ª DP é unidade a que possui a maior densidade demográfica do Estado, na região do Anhanduizinho, compreendendo diversos bairros e favelas, com mais de 250 mil habitantes. “É uma área complexa, pois abriga os principais hospitais e presídios, e onde também acontece praticamente a metade dos crimes da Capital. É uma área extensa onde a pobreza se faz presente, colocando às pessoas em situação de vulnerabilidade, deixando-as mais propensas ao crime. Nosso trabalho é identificar as áreas mais conflituosas e trabalhar para resolver a situação”, diz.


Fonte: Campo Grande News







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