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Postada por: Jr Lopes dia 04/04/2014
Ataque de percevejos causa considerável prejuízo na segunda safra de milho
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Praga apareceu com mais força nos últimos cinco anos (Foto: João Bosco/Canal Rural)


O ataque de percevejos já causa prejuízos de até 20% nas lavouras da segunda safra de milho. Produtores rurais e até pesquisadores estão preocupados com o aumento no número de insetos. O controle com produtos químicos não tem sido suficiente. Nas amostras, é possível ver o estrago que o percevejo faz nos pés de milho. 


– A recuperação de uma planta que já está tomada é difícil. Ela pode até chegar a ter umas espigas, mas bem menor do que o normal – afirma o entomologista Rodolfo Bianco.


É cada vez mais fácil encontrar plantas em bom estado no campo. Mesmo com todo o cuidado e manejo feito na área experimental do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), ainda há percevejos. O pesquisador Rodolfo Bianco, especialista em insetos, diz que a situação é preocupante.


– O inseto está mais tolerante aos neonicotinoides e também ele encontrou, nos últimos anos, condições excelentes de clima e falta de inimigos naturais, a ponto de explodir a população – declara Bianco.


O percevejo ataca a planta quando ela está novinha ainda. Ele libera uma toxina no caule e a planta não se desenvolve, perde forças e perde produtividade também. Os especialistas dizem que é cedo ainda pra se falar em prejuízos econômicos, mas há uma estimativa de que pelo menos 20% das lavouras de segunda safra de milho, em todo o país, já foram perdidas pelo ataque de percevejos.


A praga apareceu com mais força nos últimos cinco anos. Antes não se encontrava mais que quatro ou cinco insetos por metro quadrado. Hoje, é comum ver até 20 no mesmo espaço. Mais de 10 já é um risco grande, se não for feito o controle correto. O tratamento de sementes é adequado para isso:


– O tratamento de sementes pode ser feito muitas vezes na propriedade, mas muitas empresas que vendem a semente, vendem no saco. Então, o produtor compra e já vem tratado – afirma Bianco.


O produtor Adão de Pauli explica que fez o controle direitinho, mas que não teve jeito.


– Fiz o que tinha que ser feito. Acredito também que os produtos estão mais eficientes, mas não temos essa certeza ainda – relata Pauli.


O milho safrinha que Pauli plantou em Londrina (PR) já tem um mês, está crescido, mas os pés estão atacados pelo percevejo, 10% da lavoura não será recuperado.


– Desde o ano passado, estou em cima. Este ano pra mim foi o pior ano que eu já vi. Temos que ter novas estratégias de manejo para essa praga. Ela deve ser considerada uma praga de manejo durante o ano todo. É preciso controlar ela em outras culturas antes do milho safrinha. No caso da soja, no caso do trigo – afirma Pauli.


Fonte: Canal Rural







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