Página Inicial | SÁBADO, 27 DE ABRIL DE 2024
Postada por: Andrey Vieira dia 16/12/2009
Para receber, índios de Japorã acampam em usina
Compartilhar Notícia

Com os rostos pintados, cerca de 40 índios de Japorã estão acampados em frente a sede da usina Santa Olinda, no distrito de Quebra Coco, em Sidrolândia.


“São dezenas de índios em pé-de-guerra”, diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Fabricação do Açúcar e Álcool de Rio Brilhante e Região, Oviedo dos Santos. Apesar da entidade não representar os índios, ele diz que o Sindicato acaba sendo referência quando as reclamações envolvem a Santa Olinda.


A usina é da CBAA (Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool e a Agrissul), que tem recebido recursos para investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), mas constantemente é denunciada por trabalhadores por desrespeito às leis.


Entre os funcionários da usina, a presença dos índios não gera qualquer temor. “Já estamos acostumados, sempre tem um reclamando porque não recebeu”, diz uma das trabalhadoras, por telefone, que pediu para não ser identificada.


O grupo foi demitido há um ano, e nunca teve os direitos trabalhistas pagos, relata o sindicato.


Na manhã de hoje, eles chegaram em três ônibus e dizem que só sairão do local quando conseguirem os valores que foram buscar. “Não temos nada a perder, isso é um desrespeito”, diz Sebastião Gonçalves, que até 2008 trabalhou no corte de cana para a Santa Olinda.


Além da situação dos índios, o sindicato também informa que a empresa não paga desde o início do ano, férias que já gozaram do benefício, mas sem os recursos referentes a esse direito.


Outro problema é o atraso freqüente de salários. Até agora o mês de novembro ainda não foi depositado, garante o Sindicato.


“A Santa Olinda, do empresário José Pessoa, já habitou-se a dar o calote nos empregados. Há quase dois anos ela vem promovendo constantes atrasos no pagamento de salários sem que nenhuma providência tenha sido tomada pelas autoridades, inclusive o Ministério Público do Trabalho – MPT, que deveria investigar e punir as inúmeras denúncias registradas no órgão ao longo desse período de quase dois anos”, reclama a entidade.


Em Sidrolândia, a empresa informa que apenas a assessoria de Comunicação da CBAA responde sobre o assunto, em São José do Rio Preto (SP). Na administração nacional do grupo, foi solicitado tempo para detalhes sobre a situação dos ex-funcionários que estão acampados hoje em Quebra-Coco.

 


Fonte: CampoGrandeNews







Naviraí Diário | Todos os Direitos Reservados