Comoção e dor, marcaram a passeata realizada na manhã do sábado, 22 de fevereiro, no centro de Naviraí, para lembrar os 10 dias da morte da jovem Jociely Pinheiro, 22 anos. Parentes e amigos se reuniram na Praça Euclides Fabris e caminharam pelo centro da cidade portando cartazes, fitas e camisetas rosas (a cor predileta de Jociely) para pedirem por justiça.

Na sexta-feira, uma Missa de 7º Dia foi celebrada na Catedral de Naviraí, contando com a participação de dezenas de fiéis compostos pela família de Jociely, amigos e membros da comunidade católica naviraiense, que foram até a Catedral para oferecer apoio e demonstrar solidariedade pelo momento tão difícil que os pais, irmãs e demais familiares estão passando. Durante a missa, Jociane [irmã de Jociely] leu uma mensagem demonstrando a saudade que a irmã deixará.

- Você era só sorriso e sempre nos alegrava. Sentiremos muito sua falta, mas por outro lado, entendemos que Deus a queria junto dele e isso nos conforta – disse Jociane, emocionando a todos os presentes.

Além da irmã de Jociely, os pais – visivelmente abalados – também participaram da passeada, amparados pelos familiares, que pediram que a morte da jovem não seja somente mais um número e que venha cair no esquecimento. A irmã de Jociely falou sobre a dor que a família está sentindo.

– É um vazio muito grande, é um vazio que não tem explicação ficar sem a minha irmã. Ela era uma pessoa que por onde passava transbordava alegria, eu e meus pais estamos sofrendo muito e não há como dimensionar a dor que estamos sentindo. Essa passeata é uma maneira que encontramos de demonstrar o quanto a gente clama por justiça. Não pensamos em vingança, pois quem tem Deus no coração não pensa em vingança, apenas espera por justiça e é o que nós pedimos – disse Jociane.

A lembrança do seu sorriso é o que nos conforta, dizia um dos diversos cartazes que foram conduzidos pelas pessoas durante a passeata.

- Justiça, justiça! – gritaram em coro, todos que foram prestar solidariedade a família.

José Roberto Pinheiro, tio de Jociely, emocionado demonstrou tristeza pelo passamento da sobrinha.

- Estamos comovidos, com pena do meu irmão e da minha cunhada que perderam a filha desta maneira. Mas Deus é bom e há de confortar os nossos corações – falou José Roberto.

João Pinheiro e Ana, pais de Jociely, aos prantos disseram que apenas clamam por justiça.

- É como se eu estivesse morrido. Estou morta – disse a mãe da jovem, que cursava o 4º ano de Direito.

Jociely foi morta no dia 12 de fevereiro em Três Lagoas pelo ex-funcionário da Câmara de Naviraí, Roberto Dantas da Rocha, que também era acadêmico de Direito. Ele se entregou na semana passada em Campo Grande e foi transferido para o presídio de Três Lagoas, cidade onde o crime aconteceu.